Viroses são frequentes em bebês e assustam os pais; entenda o problema

Se o seu filho nunca te deu esse susto, certamente dará: o bebê tem febre, fica caidinho, às vezes apresenta diarreia ou o peito chia. Isso tudo sem motivo aparente. Lá vão os pais para o consultório médico e saem de lá com o diagnóstico que nem sempre diz muita coisa: virose. Muitos pais acreditam que, nesses caos, o médico não sabia o que era e "chutou" o tal nome. Mas não é bem assim. As tais viroses existem e são frequentes. "Virose é qualquer quadro infeccioso causado por vírus, totalizando quase 90% de todas as ocorrências de infecção infantil", explica o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.
O diagnóstico de virose pode parecer generalista demais, pois o médico, na maior parte das vezes, não tem ideia de qual é o vírus que está causando aquele estrago. Há centenas deles passeando por aí, no ar. Não valeria a pena fazer uma investigação mais profunda do pequeno paciente para descobrir qual é o vírus que está atacando naquele momento. Uma avaliação como essa pode levar dias, mais tempo do que a doença durará, provavelmente.
Sinais de alerta:- A febre dura mais de 72 horas; Para prevenir:- Evite aglomerações e locais fechados (ainda mais no inverno); |
Poucos males causados por vírus podem ser tratados com medicamentos, pois cada espécie age de um jeito dentro do corpo. Então, o que o médico faz, no geral, é aconselhar os pais a terem paciência e esperar o corpo dar cabo do intruso. No máximo, um analgésico e um antitérmico para diminuir o mal-estar. Pode também indicar inalação e líquidos, para hidratar, no caso de diarreia e vômito.
"É bom deixar bem claro que os antibióticos não são eficientes contra os vírus, apenas contra as bactérias”, diz a pediatra Lilian Zaboto, da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Suscetibilidade
Qualquer pessoa pode sofrer com quadros virais, não apenas os bebês. Mas a criança pequena é mais suscetível porque o seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Ou seja, o organismo não está pronto para enfrentar com rapidez os vírus. Por isso, ela adoece. Muitos pediatras acham comum que, até os três anos, a criança apresente até oito episódios infecciosos por ano. Depois dessa idade, o sistema imunológico já está mais preparado para enfrentar os invasores e a incidência costuma diminuir bastante.
Um quadro de virose costuma durar de três dias a uma semana. É por isso que, provavelmente, você já ouviu aquela orientação na porta do consultório: se não melhorar dentro de uma semana, ou piorar, volte. "Se depois desse tempo a criança não reagir, pode ser indicativo de que algo mais grave está acontecendo", diz Marcelo.
Tipos comuns
Os dois tipos de virose mais comuns envolvem o sistema respiratório ou o digestivo. "No inverno, os adenovírus podem causar resfriado e conjuntivite, e o vírus influenza provoca gripe. No verão, os enterovírus são os agentes causadores das famosas viroses intestinais, as diarreias", explica Lilian Zaboto.
No primeiro caso são comuns: tosse, coriza, febre, mal-estar, lacrimejamento. No segundo caso: diarreia, vômito, febre e mal-estar. "Em ambos os casos, a mãe deve se preocupar se a febre durar mais de 72 horas, se a criança ficar desanimada demais ou se a temperatura não ceder nem com medicamentos", orienta Marcelo.
Desidratação é um perigo
No caso das viroses intestinais, é preciso ficar atento também a outros sinais. "O maior cuidado é com relação à desidratação. A mãe deve sempre avaliar se a quantidade de xixi do bebê diminuiu muito, se a boca está sem saliva, se o choro é sem lágrimas. Isso tudo é sinal de desidratação", diz Lilian. "No caso de bebês menores, até seis meses, a moleira funda ou baixa também é um importante sinal", completa ela.
É preciso que o médico faça o diagnóstico. Mas viroses com sintomas leves podem ser tratados em casa, de acordo com Lilian. "Apenas com repouso, hidratação oral, alimentação leve e saudável e remédios para tratar os sintomas". Do contrário, o organismo do bebê, que já está debilitado, pode entrar em contato com outros micro-organismos que vão piorar mais ainda a situação. É dar tempo para que o corpo da criança combata o invasor e, com isso, prepare-se para se defender melhor da próxima vez que for atacada.
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