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Sexo entre ex-namorados pode ser bom, mas cuidado com falsas expectativas

O lado bom do sexo com "ex" é que ambos conhecem bem um ao outro; mas cuidado com as expectativas - Lovatto/UOL
O lado bom do sexo com "ex" é que ambos conhecem bem um ao outro; mas cuidado com as expectativas Imagem: Lovatto/UOL

Daniel Ribeiro

Do UOL, em São Paulo

14/04/2012 07h00

Sábado à noite, sem nada para fazer e o telefone toca. Os temidos "ex", quando ligam, certamente estão querendo uma noite para relembrar os velhos tempos. Os sentimentos são conflitantes: se por um lado transar com uma pessoa com quem você já se relacionou pode ser uma experiência prazerosa, no dia seguinte você poderá lidar com uma dose de culpa ou com a incerteza sobre seus sentimentos.

A psicóloga Claudia Feliciano explica que é muito natural ter desejo sexual por um ex-namorado, namorada, marido ou mulher, mesmo que o amor já não exista mais. "O casal cria uma intimidade e aprende a conhecer o outro", diz Claudia. "Sexo casual com alguém que já foi seu parceiro é muito excitante, pois um já sabe do que o outro gosta". 

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As razões para procurar um "ex" para sexo casual são muitas, mas o fato de conhecer a pessoa e ter construído uma intimidade que não se consegue em um primeiro encontro são os motivos mais significativos. A psicóloga Luciana Barros lembra que muitas pessoas afirmam que o sexo pode ser ainda melhor depois do término da relação.

"Os parceiros se sentem mais livres para explorar novidades e é muito mais fácil fazer propostas ousadas para quem você já conhece", diz. As mulheres, por exemplo, costumam ter mais pudor para fazer sexo anal, mas para elas pode ser mais simples topar essa experiência com o "ex" do que com um parceiro eventual. "Ela conseguirá aproveitar muito melhor a sensação e o homem sentirá que ela está à vontade, e estar confortável faz toda a diferença para o sexo", afirma Luciana.

Defina as regras do jogo

Muitas vezes, quando o amor acaba, o desejo permanece e pode aumentar. Algumas pessoas, no entanto, temem que um momento de prazer possa trazer à tona traumas do relacionamento ou criar falsas esperanças em um dos envolvidos.

"A carência pode fazer com que um dos dois pense que o sexo será uma porta de entrada para uma nova etapa do romance", afirma Luciana. "É importante que as expectativas estejam claras. Por mais difícil que pareça, conversar antes é sempre o melhor caminho para evitar desentendimentos", diz a psicóloga.

A terapeuta Claudia concorda. "Tanto os homens quanto as mulheres têm algum nível de insegurança quando se trata de 'ex', mesmo que por uma noite", diz. Para ela, estabelecer um acordo com alguém que você já viveu uma história costuma ser mais prático e evita frustrações. As especialistas lembram, ainda, que é impossível prever a reação do outro e que os riscos de reacender um sentimento antigo existem.

Incapacidade de se libertar
Para alguns, lidar com o sexo casual é muito simples. Mas é importante saber que cada pessoa lida de um jeito com essa prática. E não são apenas as mulheres que podem se sentir usadas ao perceber que tudo foi apenas uma noite de sexo. "Muitas acreditam que o homem está mais disposto a uma transa sem compromisso, mas isso não é uma regra", diz Claudia.

O problema cresce quando a pessoa sabe que vai se frustrar, mas não consegue recusar os convites. Para evitar o sofrimento, é preciso conhecer seus limites e respeitá-los. "É comum perder o ritmo e prolongar uma história por mais tempo do que o ideal", afirma Luciana. Portanto, se você ainda nutre sentimentos por uma pessoa que não está disposta a reatar o relacionamento, é melhor não manter o vínculo sexual, pois isso só dificultará o processo de superação do rompimento.

Colocar um ponto final pela segunda vez com uma mesma pessoa pode ser uma atitude dolorida, mas é fundamental que os parceiros não se sintam obrigados a atender a todos os chamados. E se é você quem costuma tomar a iniciativa do convite, prepare-se para um possível não --assim como você não deve aceitar nenhuma proposta por educação. "Alguns casais criam uma nova rotina, sem o envolvimento e as obrigações de uma relação , mas com encontros sexuais frequentes. Esse tipo de acordo pode causar algum desconforto se os dois estiverem em sintonias diferentes", explica Luciana.