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Pessoas que vivem sem sexo afirmam que escolha é sinônimo de paz e felicidade

Marialzira da Fonseca e Brahmachari Shankar: para eles, viver sem sexo é muito melhor - Fotomontagem/Haroldo Saboia
Marialzira da Fonseca e Brahmachari Shankar: para eles, viver sem sexo é muito melhor Imagem: Fotomontagem/Haroldo Saboia

MARCELO DUARTE JATOBÁ

Colaboração para o UOL

08/11/2011 07h00

É possível viver sem sexo? Sem contato físico com parceiros ou masturbação? Nada? Zero? Pode parecer que não, principalmente pelo fato de o sexo ser considerado uma necessidade fisiológica. Mas, para alguns, isso é um mito. UOL Comportamento conversou com três pessoas que discordam de que o sexo seja essencial. E mais: defendem que a vida é melhor sem ele.

A vendedora Viviane dos Santos, 36 anos, a microempresária Marialzira Toledo da Fonseca, 62 anos, e o monge Sam Moraes, 31 anos (cujo nome de batismo na Ordem Monástica Ramakrishna é Brahmachari Shankar) decidiram excluir a prática sexual das suas vidas, por motivos distintos. Viviane sofreu desilusões amorosas; Marialzira queria ampliar o autoconhecimento; o monge pela doutrina da Ordem Monástica.

O que dizem as pesquisas

Em 2004, o psicólogo canadense Anthony Bogaert analisou uma pesquisa elaborada com 18 mil britânicos. Conclusão: 44% das pessoas que diziam não ter interesse por sexo estavam casadas, viviam com parceiros ou já haviam vivido uma das duas situações. O estudo apontou que 1,1% dos adultos podem ser assexuados ou não ter atração sexual duradoura. No Brasil, pesquisa do Projeto Sexualidade, da Universidade de São Paulo (USP), com sete mil pessoas, concluiu que 7,7% das mulheres e 2,5% dos homens não praticam sexo e não sentem falta.


Segundo a psicóloga corporal Marta Regina Forghieri é possível abdicar da prática sexual e ter uma vida plena e satisfatória. "Felicidade é algo muito pessoal. Se uma pessoa tem plena consciência de que está feliz assim, não há problema. De alguma forma, aquele que escolhe esse caminho deixa de ter sexo, mas usa a energia sexual, mesmo sem saber, para outras atividades prazerosas. E tudo bem."

É um problema, afirma a terapeuta, quando a opção está relacionada a relacionamentos malsucedidos. "Ninguém, de uma hora para outra, diz que não quer mais sexo e ponto final. Sexo é natural. Quando alguém nega essa necessidade por problemas emocionais, está se sabotando. Em algum lugar aquela energia está funcionando. Mas há a negação dessa energia para evitar mais sofrimento."