Reforma recupera pequena casa à beira de lago na costa leste dos Estados Unidos
Pretty Marsh, Maine – Lowell E. Schnipper, chefe do departamento de hematologia e oncologia de um hospital especializado em câncer de Boston (o Beth Israel Deaconess Cancer Center), e sua mulher, Hester Hill Schnipper, chefe do serviço social de oncologia da mesma instituição, encontraram a pequena casa feita de madeira há cerca de um ano. Escura, com dois pavimentos, parecia mais uma edícula de tamanho avantajado.
A construção era cheia de restrições sérias para uma moradia. As normas locais proibiam a expansão não apenas do espaço que ocupa sobre o terreno (e o piso térreo tem apenas 54 m²), mas também da sua altura. Nem mesmo acrescentar um deck era permitido. Mas o casal se apaixonou tanto por aquela propriedade isolada, às margens do lago Goose Marsh, na ilha Mount Desert (estado do Maine, na costa leste dos Estados Unidos) que, após alguma investigação sobre quais modificações poderiam ser feitas, resolveu compra-la.
Eles encontraram o designer George Gekas, que entendeu que não era o tamanho da casa que importava, mas sim como usá-la. Sem aumentar o volume da construção, Gekas a transformou em um local iluminado. Quando a maré baixa, é possível avistar, através dos panos de vidro, garças e outras espécies de pássaros remexendo a lama; quando a maré está alta, você se sente em um navio.
Lugar predileto
Lowell, 67, e Hester, 62, vivem em Concord, no estado de Massachusetts. A viagem para a ilha de Mount Desert, no Maine, leva cerca de cinco horas, mas, mesmo assim, o casal já a frequenta há quase 20 anos, e considera o local seu “santuário” e “lugar predileto na terra”. Por causa da distância, e com filhos cursando medicina e em outras etapas do ensino superior, nunca havia ocorrido aos Schnipper comprar uma casa de veraneio no Maine.
Até que, durante uma dessas visitas, eles se depararam com um anúncio sob o título “Sobre a Água em Pretty Marsh” (Pretty Marsh é um povoado em Mount Desert). Era o que Lowell Schnipper chama de “aquela relíquia de casa na beira do lago”. A propriedade estava à venda há cinco anos e seu preço havia caído substancialmente, de US$ 525.000,00 para US$ 300.000,00. “A primeira coisa que eu perguntei foi, ‘o que há de errado com a casa”’, diz Hester. “A segundo foi, ‘alguém foi assassinado aqui?’”
Pior do que parecia
Na noite seguinte, Hester sonhou que estava na casa com sua neta de um ano de idade. “A porta vai-e-vem bateu e a bebê disse ‘nana’, eu acordei e pensei, ‘é isso: eu preciso comprar aquela casa.”’
O casal adquiriu a propriedade por US$265.000, mas, antes, consultou George Gekas, designer que construiu 70 casas na ilha. Devido às restrições construtivas, eles só podiam expandir a casa em 0,74 m². Gekas, entretanto, adora trabalhar com espaços pequenos e não tardou com o projeto. As exigências dos clientes eram: luz, uma solução para os netos deixarem recados no refrigerador, e uma porta vai-e-vem de verdade.
A casa estava em piores condições do que aparentava. Havia inúmeras goteiras e o revestimento das paredes (o siding) apresentava frestas por onde penetrava luz e ar frio. A reforma custou US$ 200.000 e levou sete meses.
Trabalhando com um construtor local, Gekas demoliu a maior parte da casa, deixando apenas as lajes e as paredes de fechamento intactas. A janela da sala de estar ficava a quase um metro do piso, impedindo muito da vista do pântano. A cozinha tinha uma ilha do tamanho de um colchão que consumia todo o espaço, havia um forno que obrigava quem o usava a encarar uma parede, enquanto a geladeira se projetava para dentro do estar.
Soluções para iluminar
No living de pouco mais de 4 m de largura, Gekas instalou janelões que vão do piso ao teto. Ele ainda dispôs o balcão da cozinha em um ângulo que permite a quem cozinha visualizar a baía. A geladeira foi acomodada nos fundos da cozinha e recebeu pintura de lousa para que as crianças possam desenhar e escrever nela.
Gekas também trocou o material de cobertura da sala por painéis de policarbonato corrugado e translúcido. Mais barata e mais forte do que uma claraboia, a solução proporciona o mesmo efeito de banhar o interior da casa com luz. Para intensificar o efeito, Gekas usou pinus branco no revestimento interno da casa toda, deixando-a bem clara. No quarto principal, no piso superior, ele instalou mais janelões de piso ao teto. Ele ainda encontrou um uso para os 0,74 m² que podia aumentar: patamares para as duas escadas externas.
Hester Schnipper diz que a casa foi comprada porque “nós adoramos esta ilha e queríamos que nós, a nossa família e outras pessoas de quem gostamos pudessem viver juntas neste que é um lugar tão maravilhoso sobre a terra”.
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