O travesseiro correto é muito importante para a qualidade do sono; saiba como escolher
O culpado por uma noite mal dormida pode estar bem debaixo do seu nariz: o travesseiro. Segundo os especialistas, nada adianta um colchão top de linha se o apoio da cabeça não for confortável e adequado à sua posição de dormir. "O travesseiro tem a função de deixar a cabeça, o pescoço e a coluna confortáveis durante o sono. Por isso, quando você se deita de lado (posição mais correta e indicada pelos médicos), ele deve preencher o vão que fica entre a cabeça e os ombros, e deixar a coluna alinhada em um ângulo de 90 graus. Para isso, não deve ser nem muito alto, nem muito baixo", explica o ortopedista Moisés Cohen, professor do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unifesp. Se a pessoa preferir, podem-se usar dois travesseiros, um de espuma mais firme para sustentar a cabeça e outro mais suave em contato com a cabeça e o rosto. No entanto, não se esqueça de observar o alinhamento da coluna: caso contrário, problema na certa.
Se o travesseiro for alto demais, gera uma curvatura acentuada na coluna. Colocar o braço debaixo dele é outro mau hábito, podendo causar má circulação, bursite no ombro e escoliose. Já sem apoio nenhum, as vértebras do pescoço ficam comprimidas e a lombar forma um arco por causa do volume do quadril. Segundo Cohen, quem dorme de barriga para cima deve usar um travesseiro mais fino, apenas para preencher o espaço entre a nuca e o começo das costas, e para não comprimir a coluna cervical e nem deixar a cabeça caída. Para minimizar a dor lombar que essa posição pode acarretar, é aconselhável colocar um rolinho (aquela almofada cilíndrica) debaixo dos joelhos de forma que fiquem semiflexionados. Já os que dormem de bruços estão em maus lençóis. Essa é a pior posição para dormir, porque ao virarmos a cabeça para respirar, a coluna sofre uma torção, o que é péssimo. Para facilitar a rotação da cabeça para os lados e não atrapalhar a respiração, recomenda-se utilizar um travesseiro bem baixo e um modelo macio.
Conheça os tipos de travesseiro
Fibras | As fibras podem ser de algodão ou de material sintético, como poliéster, ou ainda siliconizadas, que têm formato arredondado e não embolam, como pode acontecer com as mantas de poliéster; São duráveis, leves e existem em várias espessuras; A maioria dos travesseiros de fibras pode ser higienizado em casa, na máquina e secadora; Também admite lavagem a seco. |
Viscoelástico | É uma espuma com capacidade de se moldar aos contornos do corpo; O material é termossensível, ou seja, tem a propriedade de se adaptar à temperatura do corpo, o que exercendo uma menor pressão nas áreas mais quentes e facilita a circulação sanguínea; Para quem dorme de bruços é uma boa opção. |
Látex | É um material sintético, derivado da borracha; Sua estrutura celular permite retornar à sua forma original mesmo depois de consecutivas deformações; São moldados com milhares de furos que formam canais internos de circulação de ar, facilitando a respiração e fazendo com que o travesseiro fique todo o tempo numa temperatura inferior à do corpo. |
Plumas de ganso | Assemelham-se a pequenos chumaços de algodão com toque muito leve e macio; Há enchimentos feitos apenas com plumas do pescoço do ganso, ainda mais nobres e suaves; Também são usadas plunas retiradas do peito, da barriga e das dobras sob as asas da ave; As plumas só podem ser naturais e, na embalagem, deve haver o selo de certificação; É necessário afofá-las diariamente para evitar que o recheio se acumule em uma das partes e recuperar sua forma natural; Alguns fabricantes chamam a fibra siliconizada de plumas sintéticas. |
Pena de ganso | A pena não é tão leve e macia quanto a pluma, por isso muitos fabricantes misturam plumas e penas; Existem diversas composições de penas e plumas em densidades e alturas diversas, por exemplo: 100% plumas de ganso; 50% plumas e 50% penas; 80% penas e 20% plumas; 100% penas de ganso; É necessário indicado afofá-las diariamente para recuperar sua consistência natural. |
Espuma | É feito de espuma de poliuretano; O tratamento do material é diferente do empregado na fabricação do colchão, para trazer mais conforto e maciez; Alguns modelos levam flocos de espuma, mas eles podem se movimentar e deixar o travesseiro fino em algumas partes. |
Molas | As molas ficam dentro de uma camada de espuma; O usuário não escuta e nem percebe as molas, que são levíssimas; Pode deformar com o tempo. |
Na busca por um sono de qualidade, os especialistas podem indicar o uso de um travesseiro mais fino entre os joelhos para alinhar a bacia e balancear a diferença entre coxas e pernas. Em alguns casos recomenda-se um travesseiro de corpo, aquele comprido. "A sua utilização pode auxiliar no posicionamento lateral do corpo, alinhando a postura durante o sono, mas não é indispensável", explica o ortopedista Marcelo Wajchenberg, médico assistente do Grupo de Coluna Vertebral do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo. Com este suporte, a pessoa deitada de lado deve abraçar o travesseiro e flexionar levemente os joelhos, colocando o travesseiro entre eles. Por fim, apoie o queixo sobre a sua extremidade superior.
Altura regulável
Outro modelo pouco conhecido é o de altura regulável indicado para hóspedes ou para a mãe que compra para todos da família sem que eles experimentem os modelos. O usuário pode escolher entre quatro opções de altura, bastando remover ou adicionar as três camadas internas. Dessa forma, é possível regular e acertar a altura do apoio exatamente ao seu gosto, anatomia e posição durante o sono.
Dentre tantas opções, o melhor é experimentar. Na compra, não adianta apertar com a mão. A cabeça é uma das partes mais pesadas do corpo e provoca uma grande pressão no travesseiro. "Por isso, o ideal é deitar sobre a peça para sentir o conforto e verificar se a coluna fica reta", indica a fisioterapeuta Silmara Rodrigues Bueno, especialista em ergonomia do sono.
Manutenção e higiene
Se você não lembra mais qual foi a última vez que substituiu o travesseiro, provavelmente passou do tempo de troca indicado a cada dois anos. A perda da elasticidade e da maciez do material são outros indícios de que chegou a hora da troca. Além disso, um produto usado há muito tempo pode estar mofado ou contaminado por bactérias e ácaros. Existem travesseiros que são laváveis e outros não. Veja algumas dicas importantes que podem aumentar a saúde e a durabilidade do seu travesseiro:
- Certifique-se primeiro de que seu travesseiro é lavável. Cheque na embalagem. Somente lave os travesseiros se puder garantir a sua secagem completa.
- Prefira lavá-los em lavanderias especializadas. As máquinas de uso doméstico nem sempre têm o desempenho necessário para a sua perfeita secagem.
- Não exponha os travesseiros ao sol. A elevação da sua temperatura interna causa o aumento acentuado de ácaros, fungos e bactérias. A radiação ultravioleta também pode oxidar a superfície do travesseiro, deixando-a amarelada.
- O ideal é arejar e ventilar o travesseiro com luz indireta e sempre protegido por uma fronha.
- Pele, saliva e cera de ouvido são liberadas o tempo todo de nossa cabeça, servindo de banquete para os ácaros, fungos e bactérias à espreita nas fronhas e lençóis. O jeito é trocar a roupa de cama semanalmente e usar capas impermeáveis. Se for alérgico, verifique se o travesseiro possui proteção contra ácaros, fungos e bactérias descritos na embalagem.
- Diferente do colchão que deve ser aspirado regularmente, o travesseiro não é amigo do aspirador, pois a espuma pode ser danificada.
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