Restrições são mais eficientes que punições físicas
Antes de tudo, deve-se conversar sempre. Explicar, orientar, mostrar o caminho por meio de exemplos. Mas também não se deve exagerar na conversa. Mostrar a insatisfação com alguma atitude pode ser um bom começo. Lembre-se de que a educação requer repetição. E, se percebemos que um modelo não surte o efeito desejado, podemos mudar a direção.
As atitudes inadequadas devem levar a restrições, mas as punições físicas devem ser evitadas. Bater em uma criança é um ato que demonstra muito mais nossa insegurança, nossa inaptidão em resolver uma situação do que uma real opção de educar.
Não comprar um brinquedo desejado, não ir a um passeio ou a uma festinha programada, sempre após aviso sobre essas possibilidades, são, na maior parte das vezes, posturas muito mais eficientes, sempre que combinadas com um bom papo antes e depois, independentemente da idade.
Sempre que possível é melhor elogiar um comportamento certo do que castigar para punir coisas erradas. Mas, cuidado: a criança deve ser estimulada a ter boas atitudes e posturas, independentemente de ganhar algo em troca. Isso significa que ela deve ir bem na escola e ser boa com os coleguinhas e professores sem a necessidade de recompensas.
“A reprovação deve ser exposta para a criança com calma”, diz a pediatra Miriam Ribeiro de Faria Silveira, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “Ouça as explicações da criança sobre suas atitudes e seus porquês, tentando ao máximo entendê-la. Com as crianças menores de 2 anos e com as que ainda não falam, este processo fica prejudicado. Elas captam melhor a linguagem não verbal, as manifestações faciais de desagrado”, explica. “Após ouvi-la e analisar os fatos, recoloque as regras, dando mais uma chance para que elas possam tentar acertar numa próxima ocasião”, aconselha.
Para a pediatra, as punições com castigos físicos, a rigidez e o autoritarismo dos educadores e pais são vividas com muito ressentimento por parte das crianças e devem ser evitadas. Falar sobre os sentimentos ainda é a melhor saída. (Heloísa Noronha)
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