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Quando vale a pena reformar o sofá?

Tecidos, molas e espumas são comumente trocados e o estofado fica como novo. Na foto, sofá em L com almofadas soltas da fabricante alemã  Rolf Benz - Divulgação
Tecidos, molas e espumas são comumente trocados e o estofado fica como novo. Na foto, sofá em L com almofadas soltas da fabricante alemã Rolf Benz Imagem: Divulgação

VLADIMIR MALUF

Da Redação

22/08/2010 06h30

O tecido está desgastado, o assento afundado, mas a estrutura do sofá é boa? É um bom começo para você pensar em reformar o seu sofá. Walid Abdouni, proprietário da Kyowa Tapeçaria, explica que existem diversos casos em que é preferível uma recuperação a comprar outro móvel.

“Quando são de boa qualidade, vale a pena. Os mais antigos, por exemplo, são feitos com madeiras resistentes, como a peroba rosa, coisa que não existe mais no mercado. Hoje, as estruturas são de pinus, madeira bem mais frágil, que não suporta ser desmontada e remontada”, explica Walid.

O próximo passo é se preocupar com o profissional que vai recuperá-lo. “Tapeçaria é arte. Precisa ser alguém de confiança. Depois de pronto, se não ficar bom, precisa refazer ou, dependendo do erro cometido, o sofá pode ficar irrecuperável.”

O que é possível fazer?
Todas as partes do sofá podem ser substituídas: tecidos, molas e espumas são comumente trocados e o estofado fica como novo. É possível, também, aumentar ou diminuir o tamanho da peça. Dependendo do modelo, um móvel pode ser diminuído ou aumentado. Basta retirar ou acrescentar um assento.

“Se for um tapeceiro bom, ele pode até mudar o formato do braço: tirar as curvaturas dos modelos antigos e deixá-los retos, que são mais atuais. Com conhecimento, também dá para tirar vincos do estofado”, diz Walid.

Francisco Melo, da Decoramelo, diz que reformar sempre sai mais barato. “Os móveis de lojas populares, não aconselho. Mas os de boa estrutura, sim”. Mas, atenção: se perceber que há pó de madeira sob o móvel, pode ser cupim. Isso não impede a restauração, mas é importante que a praga não tenha abalado a estrutura e o móvel passe por uma descupinização, se compensar.

Qual tecido escolher?
A designer Karina Salgado, do escritório In House Design de Interiores, diz que é preciso considerar vários pontos ao escolher o novo tecido.

“Se o sofá é o destaque do ambiente, fica bonito usar uma estampa ou um tom liso com personalidade. Do contrário, para não brigar com outros móveis, opte por tons neutros”, aconselha ela. “Se for uma peça muito usada, opte por tecidos sintéticos ou mistos, para facilitar a limpeza; se há crianças, prefira cores escuras.”

Ao escolher o tecido, repare na espessura. Se o que você gostou for muito fininho, não precisa desistir. “Os pouco espessos têm menos resistência. Mas existe uma maneira de torná-los mais fortes: colar outro pano por baixo do tecido. Este processo se chama dublagem, muito utilizado nas sedas”, explica Melo.

Estampas e cores
Para não errar, tons de cinza e bege combinam com tudo. As estampas, dependendo do estilo, podem ser misturadas, mas a designer pede cuidado. “Coordene listras com florais ou desenhos geométricos, seguindo sempre a mesma gama de cores. Se o ambiente já tem muitas estampas e você quer ainda mais, melhor ficar com as listras.”

Karina diz que estas estampas citadas por ela estão todas em alta, assim como as cores amarelo, chumbo, berinjela, laranja e turquesa. Misturar os tecidos e forrar assento com um padrão e encosto com outro também vale. “Fica interessante, despojado”, considera Karina.

Por fim, cuidado com modismos. Pense se você vai poder trocar o tecido, caso enjoe rápido. Mas a designer defende que é bom arriscar. “Usar um modelo tradicional não tem erro, mas se a vontade é comprar algo diferente, não há problema. O que vale é estar feliz agora”, encerra.