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Revista Elle comemora 60 anos e elege 60 "ícones" femininos. Nenhum deles é latino

A atriz italiana Monica Bellucci aparece na capa de aniversário de 60 anos da Elle, este mês - Reuters
A atriz italiana Monica Bellucci aparece na capa de aniversário de 60 anos da Elle, este mês
Imagem: Reuters

21/11/2005 21h23

Paris - A revista Elle comemorou, nesta segunda (21), 60 anos com uma edição especial "feliz e alegre", de quase 400 páginas, em que repassa as principais conquistas femininas e elege seus "60 ícones", entre os quais não há nenhuma latina.

Para refletir esse espírito festivo, a revista de Hachette Filipacchi Médias (HFM, grupo Lagardere) traz na capa um grande bolo de aniversário, cujas velas são sopradas por Monica Bellucci, Sophie Marceau e Laetitia Casta.

Fundada por Helene Lazareff, a esposa de Pierre Lazareff, após retornar dos Estados Unidos ao término da Segunda Guerra Mundial, a publicação nasceu em 21 de novembro de 1945 com o objetivo de oferecer "a maior feminilidade possível, com seriedade na frivolidade".

A escritora e jornalista Françoise Giroud, que aparece entre os "60 ícones" da revista, foi quase desde o princípio sua redatora-chefe, dando à publicação uma grande personalidade.

A Elle seleciona entre as mulheres "de cabeça" as escritoras Colette, Simone de Beauvoir e Elisabeth Badinter, as atrizes Simone Signoret, Isabelle Huppert e Sharon Stone, as estilistas Coco Chanel e Sonia Rykiel, a cantora Madonna e as políticas Simone Veil e Yulia Timoshenko.

Entre as "glamorosas" estão as atrizes Grace Kelly, Audrey Hepburn, Romy Schneider, Catherine Deneuve, Françoise Hardy, Carole Bouquet e Nicole Kidman.

Modelos e atrizes dividem a seção das mulheres mais sensuais: Brigitte Bardot, Emmanuelle Béart, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Elle Macpherson e Linda Evangelista, entre outras.

Como "belas boêmias", estão a escritora Françoise Sagan, a atriz Isabelle Adjani, as modelos e cantoras Carla Bruni e Vanessa Paradis, e Jane Birkin e sua filha Charlotte Gainsbourg.

Entre as que "ditam moda" estão as modelos Twiggy e Kate Moss e as atrizes Sarah Jessica Parker e Gwyneth Paltrow; enquanto na seção "amigas" estão Audrey Tautou, France Gall, Sylvie Vartan e Ines de la Fressange.

Finalmente, como "as que não podem ser classificadas" estão a princesa Stephanie de Mônaco, a cantora Bjork e a rica herdeira Paris Hilton.

Todas elas apareceram com freqüência nas páginas da versão francesa da Elle, que continua tendo um lugar destacado no setor muito competitivo da imprensa feminina.

As vendas da Elle, que possui 38 edições internacionais, mantêm-se estáveis na França, com 320.277 exemplares em 2004, das quais 55% são assinantes. O primeiro número vendeu 700 mil exemplares, e na década de 60 se chegou a um milhão de revistas vendidas.

Nos seus 60 anos, o segredo da Elle é que "soube conservar sua identidade", segundo ressalta no editorial a chefe de redação da revista, Valérie Toranian.

"É uma revista para várias gerações, a filha pega emprestado com a mãe, pois a Elle se dirige às muito jovens, às menos jovens, a mães de família ocupadas e a solteiras com tempo livre, a urbanas que correm para enfrentar sua dupla jornada, a vítimas da moda e às que não seguem as tendências", afirma Toranian.

Trata-se de ter um equilíbrio entre os temas de sociedade e o universo da moda e da beleza. "Os valores presentes em todas as edições são o otimismo, o prazer, o humor e a acessibilidade", ressaltou.

Além da lista dos "60 ícones", a Elle publica uma cronologia das conquistas das mulheres, que vão desde o direito ao voto e a possibilidade de tomar pílula até a minissaia e o topless.