"Isto é assédio sexual?": Cartaz do governo gera críticas online no Japão
Uma tentativa do governo japonês que procura fazer com que os homens assumam responsabilidade na prevenção do assédio sexual no local de trabalho provocou um alvoroço online. Os usuários do Twitter dizem que desculpa quem ignora o problema intencionalmente.
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No pôster publicado pelo Gabinete do Japão, o ator japonês Mikihisa Azuma pergunta em japonês: "Isto também é assédio sexual?". No fundo aparecem comentários: "Você está mais bonita agora que emagreceu" e "Roupa bonita hoje -- esse é o meu tipo de visual", com ilustrações de mulheres com cara de desaprovação. "Você não é o único que decide o que é assédio sexual!", afirma o cartaz.
Os usuários que responderam a um tuíte publicado nesta semana para apresentar o cartaz da campanha disseram que ele adota uma visão muito complacente com os assediadores sexuais.
"Percebi imediatamente que não havia mulheres envolvidas em nenhuma fase da criação", dizia um comentário do Twitter. "Eles realmente não entendem, é por isso que não há mulheres políticas", dizia outro comentário.
Outros usuários defenderam o pôster. Um comentário dizia: "Eu acho que está certo, porque é um cartaz que diz a quem não entende de assédio sexual que isso é algo que também pode envolver você".
O Gabinete afirmou que está a par das críticas e que as leva a sério, mas que não tem planos de alterar o cartaz.
'Conscientização'
"É verdade que decidimos direcionar isso para os autores de assédio sexual e aumentar a conscientização sobre a questão entre os homens, porque é um problema muito amplo e pode ser difícil para as vítimas se manifestarem", disse Takanobu Hirowatari, do Escritório de Igualdade de Gênero do Gabinete, em entrevista por telefone.
Hirowatari disse que havia mulheres envolvidas no projeto e que o cartaz recebeu a aprovação de associações cívicas antes do lançamento.
O primeiro-ministro Shinzo Abe tem tentado atrair mais mulheres para o mercado de trabalho e para cargos de gerência como parte de um programa de "Womenomics", em um momento em que o país luta contra uma redução e um rápido envelhecimento da força de trabalho. O pôster faz parte de uma campanha anual de educação sobre a violência contra as mulheres, que neste ano será realizada de 12 a 25 de novembro.
Neste ano, um grupo de ativistas lançou o #WeToo Japan após decidir que era necessário proporcionar um amplo apoio às vítimas de assédio sexual e afirmou que a questão vai além da autoidentificação das vítimas do movimento #MeToo, iniciado nos EUA no ano passado.
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