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Construção de arranha-céus pode ser prenúncio de crise, diz banco

Alguns dos arranha-céus da cidade de Nova York foram erguidos em períodos de crise - Lucas Jackson/Reuters
Alguns dos arranha-céus da cidade de Nova York foram erguidos em períodos de crise Imagem: Lucas Jackson/Reuters

12/01/2012 10h28

A construção de arranha-céus pode ser sinal de que uma crise econômica está próxima, segundo analistas do banco de investimentos Barclays Capital.

"Geralmente o edifício mais alto do mundo é simplesmente mais um de uma série de construções de arranha-céus, refletindo um deslocamento errôneo de capital e uma iminente correção da economia", disseram analistas do banco na versão de 2012 do índice de arranha-céus do Barclays Capital, publicado anualmente desde 1999.

Segundo o banco, a intensa atividade econômica em torno da construção de arranha-céus, às vezes definidos como prédios acima de 240 metros de altura, coincide com crédito fácil, alta nos preços de terrenos e otimismo excessivo. Mas, muitas vezes, quando a construção dos edifícios termina, a economia já entrou em recessão.

O índice dá como exemplos o prédio do Empire State, erguido enquanto a Grande Depressão da década de 1930 se formava, e o atual maior edifício do mundo, o Burj Khalifa, inaugurado pouco antes de a economia de Dubai enfrentar sérias dificuldades. Em 2010, Dubai precisou da ajuda do vizinho Abu Dhabi para evitar a falência do Estado.

Demolição

O banco lembra que o primeiro arranha-céu, o Equitable Life, construído em Nova York em 1873, coincidiu com uma recessão de cinco anos e foi demolido em 1912.

Outros exemplos incluem a Willis Tower, anteriormente conhecida como Sears Tower, inaugurada durante a crise do petróleo de 1974, e as Petronas Towers da Malásia, de 1997, ano da crise financeira asiática.

De acordo com as conclusões do índice, China e Índia podem ser os próximos países a ter problemas econômicos.

O banco afirma que a China é hoje o país que mais ergue arranha-céus, respondendo por 53% das construções dos prédios mais altos do mundo. Um boom de empréstimos após a crise de 2008 levou a uma alta dos preços dos imóveis no país.

Outro estudo, da JPMorgan Chase, diz que o mercado imobiliário chinês pode sofrer uma queda de até 20% nas maiores cidades do país nos próximos 12 a 18 meses.

A Índia tem atualmente em construção 14 arranha-céus. Acredita-se que a residência mais cara do mundo seja a do bilionário Mukesh Ambani, que construiu seu arranha-céu particular: um edifício de 27 andares em Mumbai.

Jornais locais afirmam que a residência é avaliada em mais de US$ 1 bilhão e precisa de 600 empregados para sua manutenção.