Estilista belga lança coleção de véus islâmicos modernos
Uma estilista belga está ganhando reconhecimento internacional com uma coleção de véus islâmicos feitos para a mulher moderna. As peças utilizam tecidos maleáveis e trazem detalhes inusitados, que os diferenciam dos hijabs tradicionais.
Véu islâmico da coleção da estilista belga Fatima Rafiy, criadora da marca NoorD'Izar
"Já passou da hora de as pessoas entenderem que o hijab não é um símbolo de opressão contra a mulher muçulmana, mas uma escolha que ela faz", disse Fatima Rafiy à BBC Brasil.
A estilista belga acredita que o hijab (que cobre parcialmente o rosto) é um acessório que pode ser usado não apenas por jovens muçulmanas como também por não-islâmicas. Para provar isso, ela criou, juntamente com a sócia Inge Rombouts, a grife NoorD'Izar.
Na coleção de Rafiy, as cores sóbrias dão lugar a tons de roxo, verde e prata. Um modelo indicado para a prática de esportes é feito de tecido mais maleável, de fibras sintéticas como elastano e viscose stretch.
Outros hijabs trazem detalhes inusitados como pele falsa de animal e espaço para encaixar os óculos (tarefa mais complicada nos véus tradicionais).
“Com as minhas criações quero dar às muçulmanas algo novo, contemporâneo, que elas possam usar com orgulho”, diz a estilista.
A ideia deu certo. E os hijabs criados por elas extrapolaram a comunidade muçulmana e começaram a fazer sucesso entre não-islâmicas.
O reconhecimento começou na própria Bélgica assim que lançaram a coleção, em abril de 2009. Em seguida, vieram elogios e encomendas de outros países, principalmente depois que elas apresentaram as peças na Semana de Moda de Paris, neste ano.
A editora de moda do site Tribaspace, Catherine Levy, disse que "os véus combinam alta-costura com conforto". "Adorei a faixa na cabeça presente em todos os hijabs, colocando fim naquela dificuldade que era enrolar os lenços, cheio de alfinetes", disse ela.
Segundo Rafiy, sua coleção tem apelo para o público não-muçulmano. “Acho que elas (não-muçulmanas) gostam porque são peças diferentes de tudo. Alguns modelos, como o Jazz e o Jady, podem ser um ótimo acessório para não-muçulmanas que querem acrescentar algo ao visual”, diz Rafiy.
Para a estilista, a nova coleção, que será lançada em dezembro, faria sucesso no Brasil. “São hijabs coloridos e divertidos, que combinariam perfeitamente com a personalidade dinâmica das brasileiras.”
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