Região da Índia 'troca licença de armas por vasectomia'
O distrito de Shivpuri, no centro da Índia, encontrou uma solução para a resistência dos homens locais em adotar a vasectomia como forma de controle de natalidade.
O governo distrital prometeu acelerar a concessão de licença de porte de armas para os homens que se submeterem à operação, segundo informações publicadas pelo diário The Telegraph, de Calcutá.
Os homens do distrito, segundo o jornal, são famosos por sua cultura machista e pelo amor às armas de fogo, usadas para se defender do alto número de dacoits - ou bandidos - que povoam a região.
As autoridades de saúde buscavam formas de tentar incentivar a vasectomia como forma de conter o alto número de natalidade do país - e assim surgiu a idéia de facilitar o acesso a essas armas oferecendo a operação em troca.
O incentivo para aumentar o número de vasectomias partiu do governo central da Índia. Com a população crescendo a um ritmo de 1,5% ao ano, e uma taxa de natalidade de cerca de cinco filhos por casal, especialistas temem que comece a faltar comida no país, onde a população triplicou desde os anos 40.
Segundo o jornal, apenas oito homens optaram pelo procedimento no ano passado, mas, com a nova medida, eles estão fazendo fila para serem esterilizados.
"Este ano, desde que eu ofereci a preferência para a licença de armas, mais de 150 homens já foram esterilizados. Eu espero outros 100 até o fim do mês", disse ao jornal o chefe administrativo do distrito e autor da idéia, Manish Srivastva.
Srivastva procurava entender por que os homens não adotavam o simples procedimento, quando teve a idéia.
"Eu imagino que tenha a ver com a noção que eles têm de masculinidade. Eu decidi então combiná-la com um símbolo ainda maior de masculinidade, uma licença para armas", disse Srivastva.
Capacidade intacta
Especialistas em saúde masculina garantem que a operação não interfere na capacidade sexual do paciente, já que ela apenas envolve o corte de um pequeno corte nos ductos deferentes, suspendendo o envio de espermatozóides par aos testículos.
Com a cirurgia, o homem deixa de ejacular espermatozóides, tornando-se estéril.
"Eu não vejo sequer uma analogia entre os vasos deferentes e as armas", disse o andrologista Sudhakar Krishnamurthy, de Hyderabad.
Mas o administrador de Shivpuri afirma que o plano funcionou, principalmente por conta da cultura de armas do distrito.
De acordo com o Telegraph, armas são uma necessidade e um símbolo de status na região. Apenas em Shivpuri há 11 mil armas licenciadas. Nos distritos vizinhos de Bhind, há 19 mil e em Morena, outro distrito da região, há 15 mil.
Segundo os moradores locais, o número de armas ilegais em circulação é praticamente o mesmo.
Críticos temem que com o aumento das licenças de armas, o número de crimes aumente ainda mais, mas Srivastva responde dizendo que pode negar as licenças, ou revogá-las.
Anteriormente, o governo de Shivpuri, onde moram cerca de 1,4 milhão de pessoas, havia oferecido incentivos financeiros para quem se apresentasse para a operação, e para os que "convencessem" os pacientes, mas isso não foi suficiente.
O governo distrital prometeu acelerar a concessão de licença de porte de armas para os homens que se submeterem à operação, segundo informações publicadas pelo diário The Telegraph, de Calcutá.
Os homens do distrito, segundo o jornal, são famosos por sua cultura machista e pelo amor às armas de fogo, usadas para se defender do alto número de dacoits - ou bandidos - que povoam a região.
As autoridades de saúde buscavam formas de tentar incentivar a vasectomia como forma de conter o alto número de natalidade do país - e assim surgiu a idéia de facilitar o acesso a essas armas oferecendo a operação em troca.
O incentivo para aumentar o número de vasectomias partiu do governo central da Índia. Com a população crescendo a um ritmo de 1,5% ao ano, e uma taxa de natalidade de cerca de cinco filhos por casal, especialistas temem que comece a faltar comida no país, onde a população triplicou desde os anos 40.
Segundo o jornal, apenas oito homens optaram pelo procedimento no ano passado, mas, com a nova medida, eles estão fazendo fila para serem esterilizados.
"Este ano, desde que eu ofereci a preferência para a licença de armas, mais de 150 homens já foram esterilizados. Eu espero outros 100 até o fim do mês", disse ao jornal o chefe administrativo do distrito e autor da idéia, Manish Srivastva.
Srivastva procurava entender por que os homens não adotavam o simples procedimento, quando teve a idéia.
"Eu imagino que tenha a ver com a noção que eles têm de masculinidade. Eu decidi então combiná-la com um símbolo ainda maior de masculinidade, uma licença para armas", disse Srivastva.
Capacidade intacta
Especialistas em saúde masculina garantem que a operação não interfere na capacidade sexual do paciente, já que ela apenas envolve o corte de um pequeno corte nos ductos deferentes, suspendendo o envio de espermatozóides par aos testículos.
Com a cirurgia, o homem deixa de ejacular espermatozóides, tornando-se estéril.
"Eu não vejo sequer uma analogia entre os vasos deferentes e as armas", disse o andrologista Sudhakar Krishnamurthy, de Hyderabad.
Mas o administrador de Shivpuri afirma que o plano funcionou, principalmente por conta da cultura de armas do distrito.
De acordo com o Telegraph, armas são uma necessidade e um símbolo de status na região. Apenas em Shivpuri há 11 mil armas licenciadas. Nos distritos vizinhos de Bhind, há 19 mil e em Morena, outro distrito da região, há 15 mil.
Segundo os moradores locais, o número de armas ilegais em circulação é praticamente o mesmo.
Críticos temem que com o aumento das licenças de armas, o número de crimes aumente ainda mais, mas Srivastva responde dizendo que pode negar as licenças, ou revogá-las.
Anteriormente, o governo de Shivpuri, onde moram cerca de 1,4 milhão de pessoas, havia oferecido incentivos financeiros para quem se apresentasse para a operação, e para os que "convencessem" os pacientes, mas isso não foi suficiente.
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