Curso italiano prepara herdeiros para assumir negócios da família
Ao invés de curtir a "dolce vita", um grupo de cerca de 20 jovens herdeiros italianos escolheu o caminho mais difícil: uma vez por semana eles freqüentam um curso para assumir as empresas da família, criado pela Universidade Bocconi - a principal escola de administração de empresas do país.
Durante o curso Family Business - que custa 3.600 euros, mas oferece desconto para membros da mesma família - os jovens trocam experiências sobre os seus problemas e discutem as soluções.
"Eles chegam aqui pensando ser os únicos com questões difíceis e originais para resolver", explicou à BBC Brasil o professor Guido Corbetta, da Escola de Direção de Empresas (SDA em italiano) da Universidade Bocconi.
A mais complicada e comum delas é o choque de gerações, com as diferentes visões empresariais - o conservadorismo de um lado e o excesso de ousadia do outro podem, que podem decretar a morte de uma empresa, explica Corbetta.
Os estudantes expõem seus problemas como se estivessem em uma terapia de grupo, e todos se ajudam buscando soluções.
Família
Nas aulas, os alunos se convencem de que repetir o modelo vitorioso de administração de gerações anteriores é quase sempre um erro grave, mas por outro lado aprendem que o patrimônio histórico deve ser valorizado.
"Preservar o que foi construído no passado e, ao mesmo tempo, modernizar a estratégia da empresa", segundo o professor Guido Cobertta, é a principal regra de sobrevivência.
Os jovens herdeiros aprendem a equilibrar e combinar a tradição com a inovação. Um deles, Sofia Bordone, 28 anos, acha que o apoio externo de quem já viu tantos casos pode ser útil, por isso freqüenta o curso.
Para a aluna Sofia Bordone, "um apoio externo de quem já viu tantos casos pode ser útil".
Ela se prepara para assumir o controle da editora da família quando a mãe, acionista majoritária, deixar o comando da empresa aberta em 1928 e revela um outro problema comumente enfrentado pelos herdeiros: o de conquistar o respeito dos empregados.
"Temos que valer pelo que somos e não pelo sobrenome. Se conquistarmos o reconhecimento dos funcionários, metade do trabalho já está feito", afirma a futura proprietária da editora, com um faturamento anual de 80 milhões de euros.
Problemas de sucessão
A Itália tem cerca de 6 milhões de empresas familiares, mas muitas delas são formadas por apenas uma ou duas pessoas. Algumas centenas de milhares têm mais de dez empregados, e 40% das cem maiores empresas italianas seguem o modelo familiar.
Durante o curso, os participantes tomam conhecimento de reestruturações exemplares como a da Fiat, e da brasileira Sadia.
"Uma empresa familiar tem que olhar para futuro propondo a si mesma uma transformação", ensina o professor Guido Corbetta.
Na Itália, um terço das empresas familiares de capital fechado que são colocadas à venda, o fazem por conta de problemas graves de sucessão, muitas vezes com conflito de gerações entre pais e filhos.
Os outros dois terços são vendidos por causa de investimentos errados, má administração ou, simplesmente, a extinção do seu mercado.
E, segundo Corbetta, durante a sucessão "a razão deve prevalecer sobre a emoção". Uma empresa não pode passar de mão como um imóvel, diz o professor.
"Um empresário me escreveu alguns anos atrás. Ele se convenceu que um dos quatro filhos deveria ganhar a maior fatia do bolo, pois era o mais capacitado para assumir o seu lugar", conta Guido Corbetta, acrescentando que se a empresa vai bem e o filhos/herdeiros não brigam entre si.
O sucesso do curso para os herdeiros foi tanto que abriu caminho para outro curso, dedicado a quem já está no comando. O Lasting for Centuries *(Durando por Séculos, em tradução livre) promete ajudar a manter a empresa no caminho do sucesso.
Durante o curso Family Business - que custa 3.600 euros, mas oferece desconto para membros da mesma família - os jovens trocam experiências sobre os seus problemas e discutem as soluções.
"Eles chegam aqui pensando ser os únicos com questões difíceis e originais para resolver", explicou à BBC Brasil o professor Guido Corbetta, da Escola de Direção de Empresas (SDA em italiano) da Universidade Bocconi.
A mais complicada e comum delas é o choque de gerações, com as diferentes visões empresariais - o conservadorismo de um lado e o excesso de ousadia do outro podem, que podem decretar a morte de uma empresa, explica Corbetta.
Os estudantes expõem seus problemas como se estivessem em uma terapia de grupo, e todos se ajudam buscando soluções.
Família
Nas aulas, os alunos se convencem de que repetir o modelo vitorioso de administração de gerações anteriores é quase sempre um erro grave, mas por outro lado aprendem que o patrimônio histórico deve ser valorizado.
"Preservar o que foi construído no passado e, ao mesmo tempo, modernizar a estratégia da empresa", segundo o professor Guido Cobertta, é a principal regra de sobrevivência.
Os jovens herdeiros aprendem a equilibrar e combinar a tradição com a inovação. Um deles, Sofia Bordone, 28 anos, acha que o apoio externo de quem já viu tantos casos pode ser útil, por isso freqüenta o curso.
Para a aluna Sofia Bordone, "um apoio externo de quem já viu tantos casos pode ser útil".
Ela se prepara para assumir o controle da editora da família quando a mãe, acionista majoritária, deixar o comando da empresa aberta em 1928 e revela um outro problema comumente enfrentado pelos herdeiros: o de conquistar o respeito dos empregados.
"Temos que valer pelo que somos e não pelo sobrenome. Se conquistarmos o reconhecimento dos funcionários, metade do trabalho já está feito", afirma a futura proprietária da editora, com um faturamento anual de 80 milhões de euros.
Problemas de sucessão
A Itália tem cerca de 6 milhões de empresas familiares, mas muitas delas são formadas por apenas uma ou duas pessoas. Algumas centenas de milhares têm mais de dez empregados, e 40% das cem maiores empresas italianas seguem o modelo familiar.
Durante o curso, os participantes tomam conhecimento de reestruturações exemplares como a da Fiat, e da brasileira Sadia.
"Uma empresa familiar tem que olhar para futuro propondo a si mesma uma transformação", ensina o professor Guido Corbetta.
Na Itália, um terço das empresas familiares de capital fechado que são colocadas à venda, o fazem por conta de problemas graves de sucessão, muitas vezes com conflito de gerações entre pais e filhos.
Os outros dois terços são vendidos por causa de investimentos errados, má administração ou, simplesmente, a extinção do seu mercado.
E, segundo Corbetta, durante a sucessão "a razão deve prevalecer sobre a emoção". Uma empresa não pode passar de mão como um imóvel, diz o professor.
"Um empresário me escreveu alguns anos atrás. Ele se convenceu que um dos quatro filhos deveria ganhar a maior fatia do bolo, pois era o mais capacitado para assumir o seu lugar", conta Guido Corbetta, acrescentando que se a empresa vai bem e o filhos/herdeiros não brigam entre si.
O sucesso do curso para os herdeiros foi tanto que abriu caminho para outro curso, dedicado a quem já está no comando. O Lasting for Centuries *(Durando por Séculos, em tradução livre) promete ajudar a manter a empresa no caminho do sucesso.
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