Lucas Mendes: Jesus vai às compras
Em busca de uma coluna e de idéias de presentes para o Natal fui assisitr ao documentário What Would Jesus Buy? (O que Jesus Compraria?). Numa sociedade tão religiosa e tão consumidora, um título sedutor.
O filme documenta a campanha do reverendo Billy e sua trupe "The Church of Stoping Shopping Gospel Choir" numa viagem pelo país em seu ônibus movido a biodiesel.
O reverendo Billy pega firme. Mickey é o Anti-Cristo, mas Disney não é o alvo principal do reverendo e seu coral. O foco dele é a comercialização do Natal, quando os americanos gastam quase meio trilhão de dolares em duas semanas.
O produtor, Morgan Spurlock, às vezes abandona a turma do Billy para mostrar os excessos dos ricos. O cachorro de uma grã-fina tem um guarda-roupa do tamanho de alguns apartamentos de Nova York. Chocante? Incomoda, como o preço de certas jóias ou o tamanho de alguns iates, mas não é novidade.
Então, o que Jesus compraria no Natal, segundo o reverendo Billy?
Para começar ele jamais iria a um shopping. Jesus compraria de comerciantes em volta da casa dele para ajudar a economia local.
Neste caso, eu já fiquei limitado a queijos - a maioria importados -, carnes, frutas e legumes. Nada disto cresce no meu bairro, mas uma cesta de queijos com frutas secas é um bom presente e ajuda meu vizinho comerciante. Obrigado, reverendo.
Jesus só compraria produtos americanos, garante o reverendo. Complicou. Naquela vizinhança, "made in America", só meias e computadores e olhe lá. Meia não é um bom presente e haja verba para computadores e iPods, que também não são "made" no meu Village.
Jesus não compraria nada "made in China" ou em países onde os empregados são explorados e o meio ambiente é envenenado pela economia. O reverendo Billy malha a rede Wall Mart sem se comover com o argumento que na lojinha do meu bairro eu pago muito mais caro pelo queijo com frutas do que no mega mercado que ajuda, inclusive, no combate à inflação.
A mensagem final do reverendo e do documentario é que Jesus não compraria nem queijo, nem frutas, nem computadores. Ele seria um péssimo consumidor, mas um excelente doador em especial para as pessoas que ele não conhece. Mandaria o dinheiro dele para organizações de caridade do mundo inteiro.
O produtor Morgan Spurlock também fez o documentário "Supersize Me", em que passou um mês comendo no McDonalds as três refeições do dia e quase virou um paquiderme. Num país com mais de 30% de obesos, Spurlock incomodou os gordos e o governo.
O título do documentário sobre o consumidor Jesus é melhor do que o filme.
Rendeu uma coluna mas não resolveu o meu problema dos presentes. E se dependesse de mim, Jesus viria aqui e consumiria como um alucinado para salvar este país e o resto do mundo do inferno da recessão.
O filme documenta a campanha do reverendo Billy e sua trupe "The Church of Stoping Shopping Gospel Choir" numa viagem pelo país em seu ônibus movido a biodiesel.
O reverendo Billy pega firme. Mickey é o Anti-Cristo, mas Disney não é o alvo principal do reverendo e seu coral. O foco dele é a comercialização do Natal, quando os americanos gastam quase meio trilhão de dolares em duas semanas.
O produtor, Morgan Spurlock, às vezes abandona a turma do Billy para mostrar os excessos dos ricos. O cachorro de uma grã-fina tem um guarda-roupa do tamanho de alguns apartamentos de Nova York. Chocante? Incomoda, como o preço de certas jóias ou o tamanho de alguns iates, mas não é novidade.
Então, o que Jesus compraria no Natal, segundo o reverendo Billy?
Para começar ele jamais iria a um shopping. Jesus compraria de comerciantes em volta da casa dele para ajudar a economia local.
Neste caso, eu já fiquei limitado a queijos - a maioria importados -, carnes, frutas e legumes. Nada disto cresce no meu bairro, mas uma cesta de queijos com frutas secas é um bom presente e ajuda meu vizinho comerciante. Obrigado, reverendo.
Jesus só compraria produtos americanos, garante o reverendo. Complicou. Naquela vizinhança, "made in America", só meias e computadores e olhe lá. Meia não é um bom presente e haja verba para computadores e iPods, que também não são "made" no meu Village.
Jesus não compraria nada "made in China" ou em países onde os empregados são explorados e o meio ambiente é envenenado pela economia. O reverendo Billy malha a rede Wall Mart sem se comover com o argumento que na lojinha do meu bairro eu pago muito mais caro pelo queijo com frutas do que no mega mercado que ajuda, inclusive, no combate à inflação.
A mensagem final do reverendo e do documentario é que Jesus não compraria nem queijo, nem frutas, nem computadores. Ele seria um péssimo consumidor, mas um excelente doador em especial para as pessoas que ele não conhece. Mandaria o dinheiro dele para organizações de caridade do mundo inteiro.
O produtor Morgan Spurlock também fez o documentário "Supersize Me", em que passou um mês comendo no McDonalds as três refeições do dia e quase virou um paquiderme. Num país com mais de 30% de obesos, Spurlock incomodou os gordos e o governo.
O título do documentário sobre o consumidor Jesus é melhor do que o filme.
Rendeu uma coluna mas não resolveu o meu problema dos presentes. E se dependesse de mim, Jesus viria aqui e consumiria como um alucinado para salvar este país e o resto do mundo do inferno da recessão.
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