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Italianos saem às ruas para defender a união civil gay

Italianos vão às ruas para defender a união civil gay e a adoção por casais homossexuais - Getty Images
Italianos vão às ruas para defender a união civil gay e a adoção por casais homossexuais Imagem: Getty Images

24/01/2016 12h20

Roma - Milhares de italianos saíram às ruas de diversas cidades do país neste sábado (23), para defender a legalização da união homossexual e o direito de adoção por casais gays -- questões que serão debatidas no Senado na próxima semana. Com o slogan "Acorde Itália! É hora de sermos civilizados!" e portando a bandeira do arco-íris, simpatizantes da causa se manifestaram em cerca de 40 cidades.   

Uma norma que prevê a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo começará a ser debatida na próxima quinta-feira no Senado italiano, após as discussões sobre os direitos gays terem sido mantidas por anos à margem do debate público. "Estamos em um momento decisivo. As uniões civis são uma realidade na sociedade, elas também devem se tornar reais dentro do nosso sistema legal", defendeu a autora do projeto, a senadora Monica Cirinnà.   

Atraso

A Itália é o único dos maiores países europeus que ainda não possui uma legislação para os casamentos gays. Um dos termos mais polêmicos do projeto em trâmite, no entanto, é a adoção. Segundo o texto atual, o casal homossexual poderia adotar uma criança gerada por um dos pais, mas não filhos de terceiros - como acontece em uniões heterossexuais.

Papa

No meio da discussão, o papa Francisco afirmou em audiência na última sexta-feira (22) que não pode "haver confusão" na Igreja entre o que é a família que Deus quer e o que são os outros tipos de união. A declaração resume a linha defendida pela Igreja Católica, apesar do papa Francisco sinalizar uma abertura quando disse, no começo de seu pontificado, que os gays e os divorciados não podem ser julgados.   

Em 2013, Francisco afirmou que "se uma pessoa é gay, procura Jesus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo diz que não se deve marginalizar essas pessoas". A declaração do Papa foi manchete de jornais de todo o mundo, pois foi uma das raras vezes em que um Pontífice demonstrou publicamente abertura para que a Igreja acolha os homossexuais.