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Dupla de estilistas britânico-japonesa apresenta uma Cacharel rejuvenescida

Look da coleção de verão 2009 da Cacharel - EFE
Look da coleção de verão 2009 da Cacharel
Imagem: EFE

29/09/2008 18h08

PARIS, 29 Set 2008 (AFP) - O britânico Mark Eley e a japonesa Wakoko Kishimoto, encarregados de rejuvenescer a imagen da maison Cacharel, apresentaram nesta segunda-feira, na passarela de Paris, sua primeira coleção para a famosa marca, que comemora meio século de existência.

O casal, mais conhecido pela marca Eley Kishimoto, espera modernizar a imagem um tanto antiquada da Cacharel. O tema para a próxima temporada primavera-verão, que reflete as idéias de duas pessoas que dividem seu tempo entre Tóquio e Londres, foram os pássaros migratórios. Grandes móbiles de uma revoada de patos brancos e nuvens, suspensos sobre a passarela, se refletiam nas telas de cetim branco e azul-celeste e no crochê branco sobreposto a um céu azul de primavera.

A coleção era uma sinfonia de blusas femininas de verão, muitas com estampas de pássaros, jaquetas quadradas de estilo 60's e calças amplas. Jovens modelos percorreram a passarela, muitas descalças, em uma retrospectiva da paixão da maison Cacharel pelas telas Liberty. Na próxima temporada, a marca apresentará suas próprias telas desenhadas pela estilista Wakoko Kishimoto. Os pássaros, tema da coleção, apareceram também em brincos e broches. Os cabelos eram presos em coques soltos, displicentes.

"O espírito da Cacharel não mudou. Se trata de uma jovem sexy que gosta de se vestir de uma maneira simples", disse Jean Bousquet, fundador da marca, em entrevista à AFP.

Para o próximo verão, o estilista Gaspard Yurkievich misturou influências bem diferentes, como Art Décor em golas altas e franjas, smokings em musas andróginas e o "glam" rock dos anos 70. Suas jaquetas militares desconstruídas, abertas nas costas e com mangas curtas, traziam um ar de quimono. Os paletós "trompe l'oeil" -técnica de representação artística que tenta criar ilusões de ótica- e os coletes de tweed salpicados de miçangas metálicas, pareciam peças separadas, mas na realidade eram um só look. Os cabelos vieram milimetricamente despenteados e enfeitados apenas com uma tira de tecido. Nos pés, meias 7/8 coloridas e soquetes com sandálias peep toe.

O estililsta Rajesh Pratap Singh, do Rajastão (norte da Índia), apresentou no domingo uma coleção para o verão baseada em efeitos sutis, como a justaposição e as capas de tecidos opacos e transparentes. Destaque para os vestidos de sofisticada simplicidade, construídos aos pedaços, como um patchwork. A paleta de cores trazia tonalidades alaranjadas, rosadas e vermelhas, muitas vezes misturadas no mesmo look, e davam um ar mediterrâneo ao desfile.

Blusas transparentes com calças pantalonas fluidas de linho e curtas, como jodphurs (amplas nos quadris e estreitas nos joelhos) completavam a coleção do indiano. O único acessório utilizado para perturbar estas linhas puras foram os grossos colares de cristal, de combinação fácil, como era de se esperar de um estilista que lançou sua marca na comercialmente experimentada passarela de Milão.