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Galliano multiplica referências em homenagem a Christian Dior em desfile de alta-costura

Dior desfila coleção de alta-costura assinada por Galliano, no 1º dia do evento, em Paris - Reuters
Dior desfila coleção de alta-costura assinada por Galliano, no 1º dia do evento, em Paris
Imagem: Reuters

30/06/2008 16h56

PARIS, 30 Jun 2008 (AFP) - John Galliano apresentou uma Dior de grande vitalidade, com uma coleção "dioríssima" que revisita e moderniza os tem-que-ter da maison, enquanto Felipe Oliveira Baptista, o mago dos volumes, optou por formas puras ressaltadas por cores fortes. Os estilistas mostraram suas coleções nas passarelas de Paris nesta segunda-feira, primeiro dia dos desfiles de alta-costura.

Galliano multiplicou suas referências em homenagem a Christian Dior. A coleção, chamada de "totalmente Dior" pelo próprio Galliano, trouxe a famosa silhueta "New Look", que causou sensação e escândalo em 1947, com sua cintura super marcada e saias amplas. Os célebres tailleurs "Bar", com saias-lápis que esculpem o corpo feminino e os drapeados também apareceram, outras referências importantes da maison sutilmentes modernizadas com um toque especial do enfant terrible John Galliano.

Os vestidos e saias, sempre amplos oscilando entre o exagerado e o recato das cores "nude", eram enfeitados com grandes cintos de couro preto em verniz ou faixas bordadas, lembrando mais uma vez a cintura marcada a la Christian Dior. Os chapéus "cloche", típicos dos anos 20 e 30, combinados com vestidos transparentes de seda ou tule davam o ar de "vintage", enquanto estampas de onça e crocodilo mostravam que este era um desfile Dior, mas que o estilista era John Galliano. As cores fortes das estampas animais dividiam a cena com tonalidades suaves de azul-celeste, lilás, bege e rosa.

O ponto alto da coleção foi a "mulher-borboleta", com muito volume na saia e grandes aplicações de tecido na parte de trás, como asas, em tule preto bordado com brilhantes.

O estilista português Felipe Oliveira Baptista, que também apresentou sua coleção em Paris, suavizou a construção escultural, uma de suas principais características, optando por modelos mais puros, com volumes localizados e contraste de cores e tachas douradas.

Vestidos retos de modelagem ampla ganhavam movimento graças à combinação de cores contrastantes em estampas inteiras ou leves drapeados. O clássico e sóbrio vestido preto, o famoso pretinho básico, era realçado por apliques de tachas douradas. Os blazeres retos e amplos, que lembravam a modelagem dos anos 80, eram combinadas com calças estreitas ou saias nos joelhos com ousadas combinações de cores: laranja, azul-celeste, roxo, amarelo, prata e verde brilhante.

"Queria uma coleção chique, mas um chique sem pretensão", disse Felipe à AFP no final de seu desfile. O estilista explicou também que optou desta vez por "formas mais suaves, mais brandas", e uma "linha mais apurada" e que queria "ver de outra maneira os clásicos atemporais, para fazer algo distinto".

Uma hora antes do desfile de Felipe Oliveira, o estilista francês Stéphane Rolland abriu os quatro dias de desfiles com uma coleção em que predominavam o preto e matizes de branco e prata. Rolland propõe vestidos curtos e vaporosos na frente, e largos e compridos nas costas, além de vestidos curtos de gola plissada. Pétalas e flores de tecidos também apareceram na coleção, dando um ar etéreo ao desfile.

Christophe Josse apresentou uma coleção inspirada "nos filmes dos anos 40 e 50 e no sentimento nostálgico". Esta inspiração aparecia em vestidos curtos de musselina plissada ou fluida e seda bordada. Folhas, pétalas e casas-de-abelha dão volume aos ombros e pescoço, trazendo um clima de "boudoir" para os desfiles na cidade luz, Paris.