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Fashion Week de Nova York começa marcada pelo vermelho

A modelo Heidi Klum no primeiro dia da semana de moda de NY - AFP
A modelo Heidi Klum no primeiro dia da semana de moda de NY
Imagem: AFP

02/02/2008 11h24

NOVA YORK, 2 Fev 2008 (AFP) - A "Fashion Week" outono-inverno 2008 começou nesta sexta-feira em Nova York com um desfile vermelho destinado a conscientizar as mulheres sobre os riscos de doenças do coração, com inúmeras atrizes e celebridades na passarela na "Campanha Vestidos Vermelhos", e com a presença de estilistas brasileiros.

Laura Bush presenciou este desfile em que atrizes americanas de todas as idades e físicos desfilaram vestidas de vermelho, ou com roupas totalmente brancas. Elas levavam uma pequena insígnia vermelha, distintivo da luta contra as doenças cardiovasculares.

"As doenças cardíacas são as maiores responsáveis pela morte de mulheres", advertia um painel do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, na entrada do desfile de abertura da "Fashion Week" (Semana da Moda) cuja apologia do vermelho deste ano também reflete o estado da economia americana.

Na inauguração do evento no Bryant Park, coração de Manhattan, a cantora Liza Minnelli interpretou uma das canções símbolo do local, "New York, New York", em uma cidade assediada nesta sexta-feira pela chuva gelada e as rajadas de vento.

Esta "Fashion Week" tem um gostinho de recessão, já que estão em baixa tanto as vendas como a confiança dos consumidores, e o mercado de trabalho nos Estados Unidos se retraiu pela primeira vez em quatro anos e meio.

As tristes vendas do período de férias confirmaram aos homens da moda o que os políticos se negam a admitir: os americanos apertam o cinto.

Com pouca visibilidade na imprensa devido à longa greve dos roteiristas de Hollywood, os estilistas se preocuparam em atrair as celebridades a Nova York.

A semana da moda apresenta uma centena de coleções que vão desde os favoritos do público americano como Diane von Furstenberg, Michael Kors ou Vera Wang, até os jovens estilistas sul-americanos que já se destacaram em edições anteriores, como os brasileiros Carlos Miele ou Iodice, passando por Donna Karan e Max Azria.

Nanette Lepore, estilista de alto escalão instalada no "bairro têxtil" de Manhattan, insiste em permanecer nesta região cada dia mais cara e criar unicamente duas coleções por ano, confeccionadas 90% em Nova York, e importando os 10% restantes da China, apenas a parte relativa a bordados e aplicações de pérolas.

Apenas os estilistas cujas peças se vendem entre 1.000 e 7.000 dólares o vestido de festa, e bastante mais suas peças sob medida, podem ficar no coração da cidade. As demais marcas tiveram que deslocar sua produção para China ou Índia.