Topo

Estilistas de vários países mostram moda inovadora em Londres

Desfile da marca Basso & Brooke, que tem o brasileiro Bruno Basso como um dos estilistas - AFP
Desfile da marca Basso & Brooke, que tem o brasileiro Bruno Basso como um dos estilistas
Imagem: AFP

Por Ana Maria Echeverría

15/02/2007 17h30

LONDRES, 15 fev (AFP) - Os tecidos, a paleta de cores, as linhas e os volumes que dominaram a Semana da Moda de Londres, que se encerra nesta sexta-feira, foram tão variados quanto a origem dos estilistas que apresentaram suas coleções no evento, confirmando que a capital inglesa é o berço da inovação na moda.

"Londres foi e continua sendo um lugar excitante, onde nascem e chegam estilistas cheios de talento e novas idéias", disse à AFP Hamish Bowles, um dos encarregados da American Vogue, um ícone da moda.

"Paris é a alta-costura, destinada apenas a poucos clientes; Milão e Nova York são mais comerciais, mas é em Londres que nascem as novas idéias que serão vistas depois nas lojas do mundo inteiro", resumiu Linda Alexandre, uma renomada especialista, com poder para lançar um estilista à fama internacional.

A estrela nascida esta semana foi Christopher Kane, que com apenas 24 anos foi apresentado como o próximo John Galliano ou Alexander McQueen, estilistas consagrados mundialmente e que estrearam nas passarelas londrinas.

Inspirada em um romance imaginário entre o fortão Rambo e Scarlett O'Hara, a heroína de "E o Vento Levou", a coleção de Kane - sua segunda - mostrou vestidos sensuais, sofisticados e decotados. Feitos em veludo ou couros leves, também lembraram armaduras.

Entre os estilistas mais aclamados nesta semana londrina - que nos primeiros dias foi ofuscada pelo debate sobre a extrema magreza de algumas modelos - estão brasileiros, asiáticos e britânicos como Jasper Conran, que multiplicaram as propostas para o outono-inverno 2007-2008.

A cor dominante na próxima temporada será o preto, mas também haverá espaço para o dourado, o branco, o fúcsia, o violeta, o turquesa e o vermelho.

Os tecidos serão ecológicos - como na coleção apresentada pela casa Noir e pelo sino-português John Rocha -, mas também se usarão shiffons, como mostrou Paul Smith, um dos estilistas britânicos de maior sucesso, ou látex, como os de Gareth Pugh.

Os vestidos serão retos e justos na cintura, mas também nos estilos trapézio, princesa ou túnica. As calças serão sóbrias ou bordadas com lantejoulas, acompanhadas de blusas transparentes.

O comprimento das saias será democrático: abaixo ou acima dos joelhos ou longas até o chão.

Também variada foi a inspiração das coleções apresentadas.

A do indiano Manish Arora, que veste as estrelas de Bollywood - a meca do cinema indiano - foi claramente futurista. Seu desfile lembrou uma viagem espacial. Com tecidos metalizados ou bordados com milhares de pequenos cristais Swarovski, o estilista evocou planetas longínquos, criaturas espaciais e robôs.

Para o consagrado estilista brasileiro Bruno Basso, que junto com o britânico Christopher Brooke, forma a dupla Basso&Brooke, a inspiração veio das telas do britânico Turner, "suas cores, seus céus", e da Grécia clássica.

Para o americano Ben de Lisi, radicado em Londres, a inspiração foi o mundo decadente retratado pelo escritor Scott Fitzgerald em "O Grande Gatsby".

A moda de Duro Oluwu foi marcada pela África. Nascido na Nigéria, o jovem estilista criou belíssimos vestidos fabricados em telas multicoloridas, onde se liam inscrições como Bamako, a capital do Mali.

Ainda resta ver qual será a inspiração de Marc Jacobs, o estilista americano que é uma das figuras mais influentes da moda contemporânea, e que pela primeira vez apresentará sua coleção em Londres, e não em Nova York.

Seu desfile, marcado para a sexta-feira no hotel Claridge, encerrará a Semana da Moda de Londres, celebrada duas vezes por ano: em fevereiro e setembro.