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Milão: moda "praia" de Pucci se contrapõe ao vinil de Gabbana e Fendi

Look praia do desfile de Emilio Pucci - Reuters
Look praia do desfile de Emilio Pucci
Imagem: Reuters

28/09/2006 18h39

MILÃO, Itália, (AFP) - A marca Emilio Pucci exibiu nesta quinta-feira uma moda com inspiração praiana em um guarda-roupas colorido e fácil de vestir, enquanto Dolce & Gabbana e Karl Lagerfeld para a Fendi vestiram as mulheres de plástico e vinil na apresentação de suas coleções de primavera-verão 2007 na Semana da Moda de Milão.

O estilista Mathew Williamson concebeu para a Emilio Pucci um vestuário ideal para a "dolce vita" à beira-mar, com vestidos muito curtos que apresentaram a tradicional estamparia da 'maison' em tons de azul claro, marinho, verde-água... Uma paleta de cores frescas presentes em outras peças, como na minissaia com fenda lateral ou no "caleçon" combinado com túnica fluida.

O azul também reinou nos vestidos longos e amplos, com ajustes na frente ou debrum em verde-água, acompanhados de amplos braceletes rígidos da mesma cor.

A estamparia também se desdobrou preto e branco nos vestidos curtos de costas nuas ou nos vestidos longos com jogo de recortes na frente, também em versão colorida. Para a noite, a proposta foi uma ornamentação de brilhos no decote, nas mangas e na bainha.

Os maiôs, engana-mamãe ou duas peças e as grandes bolsas de praia completaram a coleção fresca, junto com grandes colares lisos, uma montagem colorida de peças geométricas de aspecto plástico e aparência de peitilho de camisa.

Na coleção da Dolce & Gabbana, o ouro predominante no inverno deu lugar à prata, ao plástico transparente, ao vinil preto para silhuetas de formas ressaltadas, acentuadas, como por exemplo nos corseletes que valorizam os seios.

A mulher de Domenico Dolce e Stefano Gabbana surgiu de um andaime metálico para ostentar uma feminilidade determinada e dinâmica no vestido curto ajustado de cintura alta e com fecho múltiplo, ou no busto encerrado em uma espécie de corselete, sobre calças de verniz preto e plástico transparente.

O plástico foi polivalente na coleção, usado no recorte de um bustiê, para alongar um vestido preto, ou num corselet rígido. O vinil preto desenhou as linhas de uma calça e de um short, compôs um colarinho flexível e foi recortado em tiras que se entrelaçaram em outro bustiê.

Quase em oposição a estas peças, os estilistas assinaram também uma série de vestidos longos ou calças-combinação brilhantes e multicoloridas, ricamente bordadas, com amplas mangas assimétricas.

Para a Fendi, Karl Lagerfeld propôs um verão em preto, prata e branco, com raras pinceladas de vermelho vivo em uma minissaia e em um micro-blusão.

Ele apresentou vestidos curtos com suspensórios de vinil preto ou prata. O vinil surgiu também em finas tiras que pontuaram um vestido ou se alternaram com faixas de tecido opaco. Tiras entrelaçadas formaram um vestido longo, enquanto um outro vestido foi feito com uma cascata de tiras de vinil ou verniz.

Cintos largos afinaram a silhueta, usados inclusive sobre vestidos de malha grossa com debrum na bainha e nas mangas. Nos desfiles de quarta-feira, a estilista italiana Frida Giannini, que apresentou sua terceira coleção para a Gucci, revisitou os anos 1960, enquanto Antonio Marras deu ênfase a uma coleção atemporal.

Um grande otimismo marcou as peças da Gucci para a primavera-verão 2007, com vestidos pretos curtíssimos, enfeitados com faixas vermelhas e fúcsia. Na verdade, a estilista lançou mão das cores vivas, tanto metálicas quanto brilhantes, combinadas com calças pretas e nos acabamentos do cós e dos bolsos em saias curtas pretas.

Ênfase para os cintos largos com fivela tripla.

Já na coleção de Antonio Marras, pétalas de papel de gigantescas flores brancas abriram o desfile, anunciando uma viagem romântica e sonhadora por um jardim secreto.

O estilista sardo, que fez referência às fadas em suas peças, apresentou sua coleção etérea com um trabalho de tecelagem delicado, salpicado de rosas meticulosamente bordadas.

Marras manteve alguns tesouros escondidos à primeira vista, como a deslumbrante estampa preta atrás de uma saia curta.

Já os maravilhosos vestidos de Alberta Ferretti estiveram repletos de um suave glamour. O glamour feminino da estilista não foi evidente, mas sutil, suave, sensual e gracioso, com o cetim ou outros tecidos esvoaçantes deslizando e acariciando a pele.

A mulher de Ferretti também gosta de provocar, mas apenas discretamente, com as costas nuas reveladas por um drapeado sutil ou com o discreto, apesar de baixo, decote em V.