Gambiarras elétricas são comuns: conheça os riscos e elimine-as
Segundo o último levantamento feito pela Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), 627 pessoas morreram em decorrência de choques elétricos no Brasil em 2014. A entidade, contudo, diz que esse número reflete somente uma parcela dos acidentes de origem elétrica que acontecem no país. Estima-se que o número seja até cinco vezes maior.
Grande parte desses incidentes poderia ser evitada se as "gambiarras" elétricas fossem erradicadas. O UOL elencou alguns dos perigos a que as pessoas se sujeitam no dia a dia e consultou especialistas que indicaram as consequências do descaso com a rede elétrica e deram dicas de como deixar sua casa mais segura.
Fontes: Hilton Moreno, engenheiro eletricista e consultor do Programa da Casa Segura; Júlio Fonseca, engenheiro e diretor da Green Gold Engenharia Multidisciplinar; e Antônio Pinho, eletricista formado pelo Senai.
Erros de elétrica, suas consequências e soluções
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Deixar fios soltos e desarrumados
Fios soltos e extensões espalhadas por cômodos e garagens não são raros e podem provocar acidentes: quedas de pessoas, choques e incêndios (quando o condutor de cobre está exposto). "Os fios elétricos devem estar sempre dentro de conduítes ou caixinhas. Em hipótese alguma podem ser deixados soltos por aí", alerta o engenheiro eletricista Hilton Moreno, consultor do Programa da Casa Segura.
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Usar benjamins indiscriminadamente
O uso do 'T' ou benjamim é temerário: quando se usa o pino multiplicador, a probabilidade de se instalar equipamentos que ultrapassem a potência máxima da tomada é bem maior. O erro é achar que, com o benjamim, a capacidade elétrica da tomada se multiplica. A recomendação é utilizar esses dispositivos somente para ligar aparelhos de cargas baixas como TV, rádio ou abajur.
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Sobrecarregar a tomada com réguas e filtros de linha
O cuidado com os benjamins, vale para as réguas e os filtros de linha. "Evite sobrecarregar as tomadas, ligando nas réguas apenas aparelhos de baixa potência, como carregadores de celular, notebooks e roteadores", recomenda o eletricista Antônio Pinho. Se você tem uma régua com quatro saídas, lembre-se que cada uma delas deve ligar um eletro que exija, no máximo, 1/4 da capacidade total da tomada.
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Deixar de instalar o Dispositivo Diferencial-Residual (DR)
Instalado no quadro de luz, o DR é um interruptor automático que desliga correntes elétricas não detectáveis pelo disjuntor, mas que podem causar choques e curto-circuitos. Embora seja de uso obrigatório desde de 1997, o DR nem sempre é usado em residências, em especial, nas construções informais. A boa notícia é que o DR, tão importante para evitar acidentes fatais, pode custar menos de R$ 100 e é fácil de instalar.
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Não realizar o aterramento
O fio terra protege contra choques elétricos e é de uso obrigatório. Só que muitas vezes as pessoas acabam inutilizando o fio terra dos aparelhos ou não instalam um sistema de aterramento na residência. O fio terra deve ser instalado em todas as tomadas e pontos de energia da casa. "O dispositivo DR e o aterramento são equivalentes ao cinto e ao 'airbag' em um carro", afirma Hilton Moreno.
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Não ter tomadas de uso exclusivo
Uma gambiarra corriqueira é a instalação de um equipamento de alta potência, como ar-condicionado ou torneira elétrica, sem as adequações do sistema elétrico. Tais aparelhos devem ter circuitos exclusivos e, quando isso não ocorre, há a possibilidade de interrupção do fornecimento de energia do circuito ou, em casos extremos, risco de sobrecarga e incêndio.
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Manter as instalações em desordem
A bagunça dentro das caixinhas de elétrica é outro problema comum nas casas brasileiras. Os aparelhos não deixam de funcionar por causa disso, mas é importante lembrar que a desordem pode diminuir a eficiência da rede. Além disso, cabos elétricos e caixinhas não são eternos e precisam ser substituídos ao fim de sua vida útil, o que acontece, em média, após 20 anos de uso.
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Não fazer manutenção preventiva
Qualquer imóvel com mais de dez anos precisa passar por uma avaliação elétrica criteriosa e este diagnóstico deve ser repetido a cada cinco anos. Além disso, é importante ficar de olho no comportamento dos eletrodomésticos, dos disjuntores e das tomadas. Se eles esquentam mais do que o normal é sinal de que algo está errado. Se o disjuntor desliga a toda hora, também há indício de problemas.
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Executar as instalações de qualquer jeito
Para evitar que os condutores aqueçam muito, há nos quadros de luz os disjuntores ou fusíveis. Obrigatórios, esses dispositivos desligam a instalação sempre que a temperatura nos condutores atinge valores perigosos, a ponto de derreter e expor o cobre. Além disso, as emendas dos fios não podem estar dentro de eletrodutos, ou seja, devem estar sempre nas caixas de passagens e ser bem isoladas.
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Recorrer a eletricista amador
Precisa fazer um 'check up' da rede elétrica de sua casa ou mesmo aumentar a quantidade de tomadas para comportar novos equipamentos? Procure um eletricista e fuja do 'faz tudo'. E é sempre recomendável pegar referências prévias do profissional contratado: "Ter uma formação de eletricista no Senai é um bom indicador", recomenda o engenheiro Hilton Moreno.
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