8 frases para nunca dizer em discussões na frente das crianças

Casais que brigam na frente dos filhos, sejam crianças ou adolescentes, transmitem a eles não apenas um profundo sentimento de insegurança e mágoa, mas também um exemplo de conduta inadequado.
Os conflitos só geram algum tipo de aprendizado para a criança quando os pais conseguem manter o respeito, mesmo que não partilhem do mesmo ponto de vista. “É possível discordar sem ofender. Quando está difícil segurar as emoções negativas, o melhor é se afastar e deixar a discussão para depois, quando os filhos não estiverem por perto”, afirma a pedagoga Taís Bento, especialista em aprendizagem pela Universidade de San Diego.
É nessas horas que é preciso evitar reações desmedidas e frases de efeito, muitas vezes ditas sem pensar. Além de magoar o outro, elas podem ferir –e muito– as crianças, que nada têm a ver com a situação.
A seguir, veja o que não dizer nem mesmo sob forte emoção, se quiser poupar seus filhos.
-
"Foi você quem quis ter filhos"
"Então, eu não fui desejado pela minha mãe ou pelo meu pai?" É isso o que pensa uma criança ou adolescente ao ouvir essa frase, segundo a psicóloga Cintia Liana Reis de Silva, uma das fundadoras do Grupo de Trabalho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Conselho Regional de Psicologia da Bahia e do Sergipe. "Nesse momento, o filho poderá se considerar um erro e sentirá que não merece ser amado", afirma. Como consequência, a criança pode até desenvolver um complexo de inferioridade por conta da rejeição.
-
"Se continuar assim, vamos ter de nos separar"
A insegurança que se instala em crianças ou adolescentes que escutam essa frase pode afetá-los futuramente. "Da adolescência para a vida adulta, o sentimento pode desencadear o medo de se relacionar", declara o psicanalista Paulo Miguel Velasco, professor do Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais.
-
"Só não me separo de você por causa das crianças"
Dizer isso na frente dos filhos é jogar uma enorme responsabilidade nas costas de quem não têm nada a ver com a relação do casal. "O filho pode passar a ter um comportamento que visa apenas o bem-estar dos pais. Mais tarde, se o casal decidir pela separação, o peso da culpa e o sentimento de fracasso poderão perdurar na criança até a vida adulta", afirma Taís.
-
"Se você não mudar, vou embora e não volto nunca mais"
A criança pode levar a frase ao pé da letra e, ao considerar que um dos pais se ausentará, o risco de desenvolver um quadro de ansiedade aumenta. "Nessa situação, a cada separação do pai ou da mãe, o medo de que a pessoa não volte dominará a criança", diz Taís. Em casos mais graves, o filho pode resistir a sair de casa por ter medo de que, ao retornar, não encontrará mais o responsável pela ameaça. "Há crianças que desenvolvem medo de ir à escola e até de passear na casa de familiares e amigos por conta desse tipo de experiência", afirma a pedagoga.
-
"Você não está nem aí para as crianças"
Quando escuta essa frase, a autoestima do filho vai lá para baixo. Ele conclui que não é importante o suficiente para o pai ou a mãe. "Geralmente, depois das brigas, o casal que se ama contorna a situação e fica tudo bem. Já a criança pode ficar fragilizada e assustada por vários dias", diz Velasco.
-
"Nosso filho puxou a preguiça de você"
Nada de positivo pode ser tirado de comparações negativas como essa. O filho pode tomar como verdade absoluta o rótulo criado pelos pais --de preguiçoso, esfomeado ou desleixado, por exemplo-- e persistir no comportamento criticado. Outro risco é a criança entender que o pai ou a mãe não servem como exemplo e, portanto, devem ser rejeitados.
-
"Não fala mais comigo, quero distância de você"
Ainda que a frase faça menção ao par, a criança pode sentir medo de que o sentimento seja transferido para ela. "A rejeição é um prato cheio para o desenvolvimento do isolamento e da depressão", diz o psicanalista.
-
"Nunca vou perdoar você por isso"
A palavra "nunca" tem um impacto forte demais para a criança. "Por não ter maturidade para lidar com conflitos, ela passa a viver em constante estado de alerta, já que fica ansiosa para saber como será o próximo momento em família", afirma a pedagoga.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.