Discussões na UE sobre regulação de IA serão retomadas na 6ª após maratona de debate

Por Foo Yun Chee e Supantha Mukherjee e Martin Coulter

BRUXELAS (Reuters) - Os parlamentares da União Europeia interromperam as discussões sobre a Lei de Inteligência Artificial (IA) do bloco nesta quinta-feira, concordando em retomar as conversas na sexta-feira, depois de não conseguirem chegar a um acordo durante quase 24 horas de negociações.

O tenso debate entre os Estados-membros da UE, a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu se estenderá agora por um terceiro dia, depois que os parlamentares concordaram em interromper as discussões para um descanso.

"Estamos exaustos. Não podemos continuar assim. Precisamos dormir para podermos reavaliar os textos", disse uma pessoa presente nas negociações, que falou à Reuters sob condição de anonimato.

Com as próximas eleições ameaçando inviabilizar mais de dois anos de trabalho na Lei de IA, os negociadores trabalharam durante a noite na expectativa de chegar a um consenso sobre questões fundamentais, incluindo a regulamentação de sistemas de IA generativos, como o ChatGPT, da OpenAI.

"Muito progresso feito nas últimas 22 horas sobre a Lei de IA", publicou o chefe de concorrência europeu, Thierry Breton, no X. "Retomando o trabalho com o Parlamento e o Conselho da UE amanhã às 9h. Fiquem atentos!"

Os parlamentares concordaram com os termos provisórios para regulamentar os sistemas de IA nesta quinta-feira, disseram as fontes, dando mais um passo para definir as regras que regem a tecnologia.

Um documento que circulou entre os negociadores, que foi visto pela Reuters, mostrou que a Comissão Europeia manteria uma lista de modelos de IA considerados como um "risco sistêmico", enquanto os fornecedores de IAs teriam que publicar resumos detalhados do conteúdo usado para treiná-los.

A lei também pode isentar as licenças de IA gratuitas e de código aberto da regulamentação na maioria dos casos, a menos que, por exemplo, elas sejam consideradas de alto risco ou estejam sendo usadas para fins já proibidos.

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Os termos para o outro obstáculo, o uso de IA na vigilância biométrica e o acesso ao código-fonte ainda não foram definidos, disseram duas outras fontes familiarizadas com o assunto.

Os países da UE e os parlamentares têm tentado finalizar os detalhes do projeto de regras proposto pela Comissão há dois anos, mas têm se esforçado para acompanhar a rápida evolução da tecnologia. Esse processo tornou difícil chegar a um consenso.

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