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Após escândalo, União Européia pede proibição do programa espião Pegasus

Ao fundo, prédio que abriga o grupo israelense NSO, dono do sistema Pegasus, em Herzliya, perto de Tel Aviv - Jack Guez/AFP
Ao fundo, prédio que abriga o grupo israelense NSO, dono do sistema Pegasus, em Herzliya, perto de Tel Aviv Imagem: Jack Guez/AFP

Bart H. Meijer

Amsterdã, Holanda

15/02/2022 13h08

O órgão de proteção de dados da União Europeia pediu nesta terça-feira a proibição da controversa ferramenta de espionagem Pegasus, desenvolvida pelo NSO Group, com sede em Israel.

O Comitê Europeu de Proteção de Dados (EDPS) disse que o uso do Pegasus pode levar a um "nível sem precedentes de intrusão, capaz de interferir nos aspectos mais íntimos de nossas vidas diárias".

Israel está sob pressão global devido a alegações de que a Pegasus foi usada por alguns governos e clientes estrangeiros para espionar ativistas de direitos humanos, jornalistas e políticos em vários países.

A NSO disse que não poderia confirmar ou negar nenhum cliente existente ou potencial da Pegasus. A empresa disse que não opera o sistema uma vez vendido a seus clientes governamentais nem está envolvida de forma alguma na operação do sistema.

"A proibição do desenvolvimento e implantação de spyware com a capacidade do Pegasus na União Europeia seria a opção mais eficaz para proteger nossos direitos e liberdades fundamentais", afirmou a Autoridade Europeia para Proteção de Dados.

"No centro do debate sobre ferramentas como a Pegasus não deve estar apenas o uso da tecnologia, mas a importância que atribuímos ao direito à privacidade."

Uma investigação publicada no ano passado por 17 organizações de mídia lideradas pelo grupo jornalístico sem fins lucrativos Forbidden Stories, com sede em Paris, descobriu que o software de espionagem foi usado em tentativas bem-sucedidas de invasão de smartphones pertencentes a jornalistas, funcionários governamentais e ativistas de direitos humanos em escala global.

(com informações de Reuters)