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Sistema de reconhecimento facial usado pela polícia do Reino Unido é questionado na justiça

13/06/2018 18h32

Por Astrid Zweynert

LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Um homem britânico entrou nesta quarta-feira com um recurso legal contra a polícia no País de Gales por usar tecnologia automatizada de reconhecimento facial que, segundo ele, violou sua privacidade.

Ed Bridges acredita que foi escaneado pela polícia de South Wales em um pacífico protesto contra armas e durante as compras de Natal na capital galesa de Cardiff.

Câmeras de vigilância equipadas com software de reconhecimento facial automatizado escaneiam os rostos das pessoas, criando mapas biométricos exclusivos de seus rostos. Os mapas são então comparados e combinados com outras imagens faciais em bases de dados policiais sob medida.

Bridges escreveu para a polícia de South Wales, exigindo que parem imediatamente de usar a tecnologia sob alegação de que a mesma viola a privacidade e as leis de proteção de dados.

"Deveríamos poder andar em nossas cidades sem a sensação de que o Estado está observando cada movimento nosso", disse Bridges à Thomson Reuters Foundation. "Não parece certo em uma sociedade democrática."

Ele deu à polícia prazo de 14 dias para desativar a tecnoogia ou correr o risco de enfrentar disputa judicial. "É altamente improvável que eles parem de usar essa tecnologia, então eles terão que mostrar em tribunal que o uso é proporcional e razoável", disse Bridges.

A tecnologia de reconhecimento facial tem sido usada em eventos de carnavais de rua a concertos, aumentando os medos de uma sociedade "Big Brother". Mas esta seria a primeira vez que uma força policial britânica enfrenta um desafio legal sobre seu uso.

(Por Astrid Zweynert)