Topo

Setor de veículos elétricos dos EUA busca mais lítio norte-americano

12/06/2018 17h50

Por Nicole Mordant

(Reuters) - Mineradoras estão acelerando drasticamente a produção de lítio nos Estados Unidos, incentivadas por montadoras de veículos ansiosas em reduzir sua dependência do insumo fundamental para baterias produzido na China.

Em Estados norte-americanos como Carolina do Norte e Nevada, as mineradoras estão trabalhando para revitalizar a indústria de lítio dos EUA, que já foi a maior do mundo até a década de 1990.

A demanda global pelo metal leve deverá quadruplicar até 2025. As mineradoras estão apostando que o crescimento dos EUA vai render encomendas de fabricantes de baterias e de veículos que têm receio de dependerem demais da China, que abriga a maioria das instalações de processamento de lítio do mundo e consome a grande parte da produção da Austrália, a maior do mundo.

A Piedmont Lithium, uma pequena empresa de mineração nos estágios iniciais de um plano para revitalizar a produção de lítio na Carolina do Norte, foi abordada nos últimos meses por duas grandes montadoras de veículos norte-americanas, disse o presidente-executivo, Keith Phillips.

"Eles estão animados com a ideia de garantir o fornecimento de lítio fora da China", disse Phillips em uma entrevista, recusando-se a nomear as montadoras. Mineradoras também estão avançando em projetos de lítio em Estados como Utah, Califórnia e Arkansas.

Os Estados Unidos produziram cerca de 2 por cento do lítio do mundo no ano passado, de uma única mina, em Nevada. Mas o país tem cerca de 13 por cento dos reservas identificadas do mundo, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGS).

Em maio, os Estados Unidos incluíram o lítio entre 35 minerais essenciais, o que pode acelerar a concessão de licenças de mineração.

"Dada a sua proximidade e a oportunidade de diversificar a cadeia de fornecimento, certamente estaríamos interessados ​​em fontes de lítio baseadas nos EUA - contanto que seja sustentável, ambientalmente amigável e com preços competitivos", disse um porta-voz de uma grande montadora dos EUA. A empresa se recusou a ser identificada.

Os Estados Unidos foram derrubados de décadas de liderança na produção de lítio nos anos de 1990, quando o Chile começou a extração a custos mais baixos do que nos EUA, disse Brian Jaskula, analista do USGS.

Embora o aumento dos preços do metal tenha melhorado as perspectivas de desenvolvimento, alguns dos depósitos de lítio exigirão tecnologia ainda não testada para extração. Isso pode dificultar o desenvolvimento do mercado norte-americano.

"Eu acho que é totalmente viável nos próximos quatro, cinco ou mais anos para ver um ou dois desses projetos entrarem em produção", disse Andrew Miller, analista da consultoria Benchmark Mineral Intelligence.

(Por Nicole Mordant)