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Microsoft e Facebook rejeitam ajudar ciberataques de governos

Dustin Volz

Da Reuters, em San Francisco

17/04/2018 15h54

A Microsoft, o Facebook e 30 outras empresas globais de tecnologia anunciaram nesta terça-feira (17) promessa conjunta de não ajudar qualquer governo em ataques cibernéticos.

O Acordo de Cibersegurança Tecnológica, que promete proteger os clientes contra ataques independente de motivo geopolítico ou criminal, vem após um nível inédito de ataques cibernéticos, incluindo o WannaCry e o devastador NotPetya.

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"Reconhecemos que vivemos em um mundo novo", disse o presidente da Microsoft, Brad Smith, em discurso nesta terça-feira na conferência de segurança cibernética da RSA, em San Francisco. "Estamos vivendo em meio a uma geração de novas armas e onde o ciberespaço se tornou o novo campo de batalha."

Smith, que liderou os esforços para organizar a aliança, disse que os ataques cibernéticos devastadores em 2017 demonstraram a necessidade de o setor de tecnologia "seguir um caminho de princípios em direção a passos mais eficazes para trabalhar juntos e defender clientes em todo o mundo".

Não ficou claro como as empresas mudariam suas políticas atuais como resultado da adesão ao acordo.

A Microsoft não respondeu imediatamente a perguntas sobre o acordo, incluindo se a empresa já havia participado de operações cibernéticas ofensivas patrocinadas pelo governo ou como o compromisso afetaria o cumprimento de ordens de vigilância legalmente obtidas nos Estados Unidos ou em outro lugar.

O acordo também promete novas parcerias formais e informais dentro da indústria e com pesquisadores de segurança para compartilhar dados sobre ameaças e coordenar divulgações de vulnerabilidades.

O acordo é Baseado na chamada Convenção Digital de Genebra, na qual Smith lançou na última conferência RSA, uma proposta para criar um órgão internacional para proteger os civis de ataques patrocinados por governo.

Os países deveriam desenvolver regras globais para ataques cibernéticos semelhantes aos estabelecidos para o conflito armado na Convenção de Genebra de 1949 que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, disse Smith.

Além da Microsoft e do Facebook, outras 32 empresas assinaram o compromisso, incluindo a Cisco, a Juniper Networks, a Oracle, a Nokia, a SAP, a Dell e as firmas de segurança cibernética Symantec, FireEye e Trend Micro.

A lista de empresas não inclui nenhuma da Rússia, China, Irã ou Coreia do Norte, amplamente vista como a mais ativa no lançamento de ataques cibernéticos contra seus inimigos.

Gigantes de tecnologia dos EUA como Amazon, Apple, Alphabet e Twitter também não assinaram o acordo.

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