Mercado de tablets do Brasil deve cair pelo 4º ano seguido em 2018, estima IDC
Por Stefani Inouye
SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de tablets no mercado brasileiro devem recuar pelo quarto ano consecutivo em 2018, informou nesta quinta-feira a consultoria especializada em tecnologia da informação IDC Brasil.
A previsão da consultoria é que o setor tenha uma queda de 5,6 por cento em comparação com 2017, para 3,58 milhões de unidades, mas com uma tendência à estabilização e equilíbrio de oferta e demanda.
"O mercado continuará focado em produtos para crianças, mas o público mais maduro também estará olhando para essa categoria e procurando equipamentos com especificações melhores”, disse em comunicado à imprensa o analista de pesquisa da IDC Brasil, Wellington La Falce.
Em 2017, o segmento teve queda de 4,8 por cento, com 3,79 milhões de unidades vendidas, um desempenho que mostrou uma recuperação significativa em comparação aos anos anteriores, já que, em 2015, as vendas despencaram 39 por cento e, em 2016, houve queda de 32 por cento.
Como um dos fatores que contribuíram para as quedas consecutivas das vendas de tablets, a consultoria apontou a experiência ruim com equipamentos importados econômicos, mas de baixa qualidade e garantia; além da própria crise econômica e concorrência com smartphones.
"Depois de dois anos de queda acentuada nas vendas, muitas marcas saíram de cena, houve uma consolidação do mercado e quem ficou está mais focado e com estratégias bem agressivas", disse La Falce, avaliando que mesmo com a queda de 2017, o segmento chegou a um ponto de maturidade.
"O consumidor não deixou o tablet de lado, e mesmo que os dispositivos de entrada, com preço inferior a 500 reais, ainda dominem o setor, com 72 por cento de fatia de mercado em 2017, houve um crescimento na faixa média, de equipamentos entre 500 e 1.000 reais, com 20 por cento das unidades vendidas no ano passado”, disse o analista da IDC.
A empresa calculou a receita gerada pela venda de tablets no Brasil como sendo de 1,88 bilhão de reais, uma queda de 9 por cento. O valor médio dos equipamentos caiu de 513 reais para 497 reais em 2017.
Porém, no quarto trimestre, a IDC afirma que o segmento de tablets teve a melhor receita do ano, "com demanda mais alta por produtos melhores". Neste período, foram vendidos 1,209 milhão de tablets, queda de 2 por cento sobre o quarto trimestre de 2016. O valor médio dos produtos no período foi de 524 reais.
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