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Empresas de mídia social são como proprietários irresponsáveis de terra, diz polícia antiterrorista da Inglaterra

06/03/2018 17h43

LONDRES (Reuters) - As empresas de tecnologia e redes sociais estão permitindo que extremistas atuem com impunidade e não têm compromisso com a luta contra o terrorismo online, afirmou um funcionário sênior da polícia britânica nesta terça-feira.

Mark Rowley, o principal agente antiterrorista da Grã-Bretanha, também criticou os principais prestadores de serviços de comunicação por não terem agido contra os extremistas, dizendo que não haviam feito um único encaminhamento direto para a polícia britânica sobre atividades terroristas em seus sites.

"Os extremistas online parecem capazes de agir com impunidade, ocupando espaços pertencentes e geridos por corporações legítimas e muito ricas", disse Rowley em uma conferência de segurança em Londres.

"Eles são como inquilinos para os provedores de serviços de comunicação. No mundo real, se um senhorio sabia que sua propriedade estava sendo usada para planejar ou inspirar ataques terroristas, seria esperado que ele mostrasse responsabilidade informando as autoridades."

As autoridades britânicas já acusaram as empresas de tecnologia de não fazerem o suficiente para enfrentar o problema do extremismo na internet, dizendo que as empresas frequentemente fecharam os olhos às ações daqueles que usavam seus serviços.

O ministro da segurança do país alertou que a Grã-Bretanha poderá impor impostos a empresas como Google e Facebook a menos que elas façam mais para combater o extremismo online.

A secretária de Assuntos Internos, Amber Rudd, viajou para o Vale do Silício no ano passado para pedir apoio contra o terrorismo após quatro ataques que mataram 36 pessoas em 2017.

(Por Stephen Addison)