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Fintech Avante entra em adquirência e prevê chegar a 1 mi de clientes em 4 anos

05/01/2018 19h16

SÃO PAULO (Reuters) - A fintech de microcrédito Avante prevê multiplicar sua base de clientes por 40 até 2021, para 1 milhão, com a entrada no mercado de meios de pagamentos, disse o fundador e presidente Bernardo Bonjean.

Desde que surgiu, em 2015, a startup tem se concentrado no financiamento a microeemprendimentos no Nordeste. Para alcançar a base in loco, a Avante tem um time de 150 agentes para atender de moto 120 municípios dos Estados de Maranhão, Ceará, Pernambuco e Paraíba.

Sempre contratados localmente, esses agentes municiam a startup com dados que permitem melhor avaliar o perfil de risco dos tomadores de crédito, diz Bonjean, o que dá à startup maior poder de avaliação de risco.

"Esse modelo ao mesmo tempo nos deixou flexíveis e nos livrou de termos que ter agências físicas e nos dá maior capilaridade", disse Bonjean, ex-executivo da XP Investimentos e do BTG Pactual.

O modelo do negócio foi desenvolvido com outros sócios com bastante experiência no relacionamento com públicos das classes C e D, como a família Klein, fundadora da Casas Bahia, a Omni Financeira e o banco mexicano Gentera.

Até agora, a Avante já emprestou cerca de 150 milhões de reais, sobretudo para empreendedores individuais, como manicures, pequenos lojistas, artesãos e vendedores ambulantes, com tickets de 400 a 14 mil reais cada.

Mas vendo que esse é dos públicos com menor penetração do crescente mercado de meios eletrônicos de pagamentos, a Avante elegeu o setor como uma das prioridades de investimento quando recebeu quase 40 milhões de reais em rodada de captação de investidores em 2017.

Após fechar parceria com a Moip, a companhia está lançando neste ano um modelo de adquirência por meio de um aplicativo embarcado num smartphone. Sem a necessidade de 'maquininha', a Avante avalia ter mais condições de operar com vendedores que movimentam cerca de 800 reais por mês, montante que não faz sentido para estruturas mais caras das grandes adquirentes.

"Estamos focando em regiões subatendidas pela rede bancária", disse Bonjean. "O que vai acelerar nossa base de clientes é a venda desse aplicativo."

A meta da Avante é fechar 2018 já com 180 mil clientes ante 25 mil no ano passado.

O movimento acontece no momento em que as gigantes do setor têm diminuído a base de terminais (POS), pondo foco em grandes clientes, como forma de manter os níveis de rentabilidade.

A Cielo, líder do setor, tem visto sua fatia de mercado diminuir. A participação de mercado da companhia está em cerca de 50 por cento, disse no mês passado o presidente-executivo da companhia, Eduardo Gouveia. Essa fatia em meados de 2016 era de 54 por cento.

(Por Aluísio Alves)