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UBS lidera programa piloto sobre dados em blockchain antes de entrada em vigor de novas regras da UE

11/12/2017 17h30

Por Brenna Hughes Neghaiwi e Anna Irrera

ZURIQUE/NOVA YORK (Reuters) - Empresas do setor financeiro lideradas pelo banco suíço UBS estão testando uma plataforma de blockchain para ajudar a implementar os novos padrões de dados comerciais da União Europeia que deverão entrar em vigor no próximo ano.

Blockchain, tecnologia de apoio a criptomoedas como bitcoin, é um banco de dados compartilhado mantido por uma rede de computadores na internet.

Os requisitos mais rigorosos fazem parte de uma revisão das regras da UE destinadas a melhorar a transparência dos mercados financeiros.

"O projeto está fazendo com que os participantes do mercado colaborem usando o blockchain para melhorar os relatórios regulatórios", disse à Reuters Peter Stephens, chefe do blockchain da UBS.

O grupo, que inclui Barclays, Credit Suisse, KBC, a bolsa de valores suíça SIX e a Thomson Reuters, está testando um blockchain Ethereum para ajudar a garantir a precisão e o consenso dos dados.

O Ethereum, um tipo de blockchain que pode ser usado para desenvolver aplicações descentralizadas, foi inventado pelo programador Vitalik Buterin, de 23 anos. Muitas grandes empresas e consórcios da indústria se uniram para desenvolver padrões e tecnologia para tornar mais fácil para as empresas usar o código Ethereum, na esperança de que possa ajudar a agilizar alguns de seus processos.

Em vez de substituir os processos existentes, o blockchain, que opera no Azure, sistema em nuvem da Microsoft, permitirá que as empresas do setor financeiro executem um "controle de qualidade" de seus próprios dados contra o de outros, disse Stephens. O chefe de dados da UBS, Christophe Tummers, acrescentou que o piloto pode ser expandido para não apenas detectar anomalias, mas também resolvê-las.

As novas regras da UE, que deverão entrar em vigor em 3 de janeiro de 2018, exigem que os bancos informem mais dados aos reguladores e também obrigam bancos e empresas financeiras a obter informações que identifiquem clientes, emissores e contrapartes de negócios.

(Por Brenna Hughes Neghaiwi e Anna Irrera)