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Smartphones feitos na Índia? Ambições de produção enfrentam obstáculos

02/10/2017 12h28

NOVA DÉLHI (Reuters) - As ambições da Índia de se tornar uma potência na fabricação de smartphones estão desmoronando por falta de mão-de-obra qualificada e fornecedores de peças, juntamente com um regime fiscal complexo, dizem executivos da indústria.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, defendeu uma campanha de produção, sob o slogan "Faça na Índia", para impulsionar a lenta economia e criar milhões de empregos. Entre os detalhes que ganharam as manchetes havia um plano para que os iPhones da Apple eventualmente fossem produzidos na Índia.

Três anos depois, enquanto executivos e burocratas se aglomeravam em um centro de convenções de Délhi para um congresso sobre telefonia móvel na semana passada, a Índia conseguiu apenas montar telefones com componentes importados.

Apesar dos fabricantes terceirizadas, como Foxconn Technology e a Flextronics Corp, terem estabelecido bases na Índia, um dos mercados de smartphones com crescimento mais rápido do mundo, quase nenhum dos conjuntos de chips de alto valor, câmeras e outros componentes de alta qualidade são produzidos no país.

De acordo com a empresa de pesquisa de tecnologia Counterpoint, embora os telefones sejam montados no país devido aos impostos sobre telefones importados, o conteúdo desses telefones produzidos localmente é restrito a fones de ouvido e carregadores - cerca de 5 por cento do custo de um dispositivo.

"Em vez de sentir que a Índia é um lugar onde eu deveria fazer os telefones celulares, é mais como se esse fosse o lugar que eu preciso para (montar) telefones, porque o imposto é menor se eu importar componentes e montá-los aqui", disse um executivo sênior de uma fabricante de smartphones chinesa, que não quis ser identificado.

Outros se referiram à falta de engenheiros qualificados e uma rede esparsa de fabricantes de componentes locais. Eles também citam disputas tributárias entre a Índia e empresas estrangeiras, como a Nokia.

"Nós precisamos de algum incentivo do governo para começar a produzir", disse o presidente da divisão indiana da fabricante chinesa de chips Spreadtrum, Neeraj Sharma. "Isso foi solicitado por que, sem esse impulso, nada está acontecendo".

(Por Sankalp Phartiyal)

((Tradução Redação São Paulo 56447764))

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