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Google ameniza regras sobre artigos gratuitos e planeja ferramentas de assinatura

02/10/2017 10h38

SAN FRANCISCO (Reuters) - O Google anunciou no domingo que os sites de notícias por assinatura não vão mais precisar fornecer aos usuários três artigos gratuitos por dia ou enfrentar rebaixamentos nos resultados de pesquisa, relaxando suas regras após reclamações de gigantes de mídia como a News Corp de que suas vendas estavam sendo prejudicadas.

Na última década, a política de "primeiro clique livre" do Google ajudou a garantir que não-pagantes não fossem sufocados por paywalls quando clicavam em artigos de notícias após buscas.

O Google, o maior unidade da Alphabet, argumentava que as amostras gratuitas levariam a um aumento das assinaturas.

Mas, com a exceção de algumas publicações, as assinaturas online não decolaram como o pretendido e as empresas de mídia, como a News Corp, controladora do The Wall Street Journal, passaram a reclamar cada vez mais que o uso dessas amostras estava reduzindo as vendas.

Este ano, o Wall Street Journal deixou de respeitar a política do Google, o que correspondeu a uma queda nos rankings de pesquisa, mas levou a um aumento das assinaturas.

"Ao longo do ano passado, obtivemos indícios claros de que, sim, seria importante para as editoras aumentarem as receitas de assinatura", disse Richard Gingras, vice-presidente do Google para notícias.

Ele disse que o número de empresas de notícias com paywalls atingiu uma massa crítica no ano passado, ao ponto de fazer sentido para o Google começar a desenvolver ferramentas para elas.

O Google agora está contando com um relaxamento das regras e um software de assinaturas que está em desenvolvimento para impedir que o Wall Street Journal e outras publicações retenham conteúdo valioso.

Daqui para frente, os editores poderão escolher a quantidade ou mesmo decidir se disponibilizarão artigos gratuitos que desejam oferecer aos usuários do Google.

O Google também planeja lançar um software gratuito nos próximos meses para editoras que permite aos usuários pagar pelo conteúdo com informações dos cartões de crédito fornecidas previamente ao gigante da pesquisa.

O objetivo é facilitar as compras rápidas que podem levar apenas um clique, disse Gingras. Os nomes e os emails dos clientes serão compartilhados com as editoras.

(Paresh Dave)