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EUA podem precisar de nova lei para enfrentar compra de anúncios no Facebook pela Rússia, diz senador

08/09/2017 10h26

Por Dustin Volz e David Ingram

WASHINGTON/SAN FRANCISCO (Reuters) - Os Estados Unidos podem precisar de uma nova legislação que inclua exigências para que as empresas de redes sociais revelem mais informações sobre como suas plataformas são utilizadas para propaganda política, disse um parlamentar democrata sênior na quinta-feira, após novos sinais de que a Rússia fez esforços para influenciar a eleição presidencial de 2016.

O Facebook disse na quarta-feira que uma operação que provavelmente foi baseada na Rússia publicou milhares de anúncios dos EUA com pontos de vista polarizantes sobre temas como imigração, raça e direitos dos homossexuais no site durante um período de dois anos até maio de 2017.

A maior rede social do mundo já estava sofrendo críticas por ser pouco transparente sobre propaganda política digital. Eleitores, pesquisadores e jornalistas não podem ver muitos dos anúncios que políticos e grupos de interesse publicam no Facebook visando determinados grupos, nem podem descobrir quem pagou por eles.

O senador Mark Warner disse que o Congresso pode precisar atualizar as leis para torná-las consistentes com as regras que regem a publicidade televisiva.

"Um americano ainda pode descobrir qual conteúdo está sendo usado na publicidade na TV. Você pode olhar o anúncio", disse Warner, da Virgínia, em uma conferência de segurança. "Mas nas mídias sociais não existe tal exigência. Então, você sabe, talvez precisemos de uma solução legislativa", disse ele.

Um segundo senador democrata, Martin Heinrich, do Novo México, disse na quinta-feira que ele apoia a regulamentação de anúncios de redes sociais, como anúncios de TV.

A lei eleitoral dos Estados Unidos proíbe pessoas e entidades estrangeiras de gastar dinheiro para defender a eleição ou a derrota de um candidato, embora os não cidadãos possam fazer anúncios sobre assuntos. Outros anúncios caem em uma área cinzenta legal.

(Por Dustin Volz e David Ingram em San Francisco; reportagem adicional por Jonathan Landay)