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Investimento no Brasil e México pressionam lucro do Mercado Livre no 2o tri

03/08/2017 19h13

SÃO PAULO (Reuters) - O Mercado Livre fechou o segundo trimestre com queda no lucro líquido sobre o mesmo período do ano passado, pressionado por maiores despesas nas operações do Brasil e México, que seguem atravessando forte crescimento de vendas.

Uma das maiores companhias de comércio eletrônico da América Latina, o Mercado Livre teve lucro líquido de 5,3 milhões de dólares, ante 15,9 milhões o mesmo período do ano passado.

A queda no resultado envolveu com aumento de 95 por cento nos custos diretos no Brasil ano a ano, para cerca de 120 milhões de dólares, enquanto no México essa linha passou de 9,2 milhões para 42,8 milhões.

Para o vice-presidente de operações do Mercado Livre, Stelleo Tolda, esse aumento é consequência de expansão de investimentos nos dois países, onde a empresa passou a oferecer chamarizes de vendas que incluem opções de frete grátis para buscar atrair clientes do varejo físico para o digital.

"Faz parte do nosso plano de investir mais. A gente tem investido mais justamente para crescimento do negócio, algo que inclui frete grátis, programa de fidelidade e investimento em marketing", disse Tolda.

O aumento no investimento têm dado frutos. No segundo trimestre, a receita em moedas locais como um todo cresceu 65 por cento sobre um ano antes, sem ajustes pela inflação. No Brasil, onde a empresa compete com gigantes como a B2W e Via Varejo, o crescimento foi de 60 por cento e no México houve expansão de 80 por cento.

Em dólares, a receita total do Mercado Livre subiu 58,5 por cento no período, para 316,5 milhões. No Brasil, o faturamento foi de 180 milhões de dólares, alta de 76 por cento sobre um ano antes, enquanto no México a receita foi de cerca de 20 milhões, alta também de 76 por cento.

Na Venezuela, a companhia registrou perda de cerca de 25 milhões de dólares, pressionada por impacto contábil relacionado ao câmbio de 22 milhões de dólares. A empresa não forneceu dados de resultado líquido isolados para os outros países.

"Apesar de tudo o que se houve na Venezuela, a verdade é que as pessoas continuam com suas vidas e nesse caso elas continuam comprando e vendendo", disse Tolda. "Os serviços de entrega lá continuam funcionando e os meios de pagamento também", adicionou, ao ser questionado se a empresa poderia deixar de operar na Venezuela diante da instabilidade vivida pelo país.

Na Argentina, onde a companhia foi fundada e onde ainda não lançou política de frete grátis, o crescimento da receita em dólares passou de 19 por cento no segundo trimestre de 2016 para 30 por cento no trimestre passado.

O Mercado Livre terminou junho com 191 milhões de usuários registrados, expansão de 20,6 por cento sobre o mesmo período do ano passado. O volume de vendas brutas, ou GMV, indicador que mede vendas próprias de mercadorias e vendas de terceiros, cresceu quase 36 por cento, para 2,7 bilhões de dólares. Já o número de itens vendidos subiu 41 por cento, para 61,5 milhões.

(Por Alberto Alerigi Jr.)