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Reino Unido diz que oferta da Fox pela Sky pode dar poder excessivo a Rupert Murdoch

29/06/2017 12h45

Por Paul Sandle e Kate Holton

LONDRES (Reuters) - O Reino Unido pretende sujeitar a oferta de Rupert Murdoch pelo grupo de televisão por assinatura europeu Sky a uma investigação demorada e minuciosa depois de ter descoberto que o negócio de 14,8 bilhões de dólares cria o risco de dar ao magnata de mídia um poder excessivo sobre a pauta do noticiário.

A secretária britânica de Mídia, Karen Bradley, disse estar convencida de que a oferta da Twenty-First Century Fox poderia dar à família Murdoch influência demais sobre a mídia depois que a agência reguladora Ofcom avaliou o impacto do negócio.

"A entidade proposta teria o terceiro maior alcance total de qualquer provedor de notícias – só menor do que da BBC e da ITN – e iria, de forma única, abarcar a cobertura de notícias na televisão, no rádio, em jornais e online", argumentou Bradley.

Murdoch, de 86 anos, e sua família cobiçam há tempos o controle total da Sky, apesar dos danos causados por uma tentativa anterior de 2011, quando seu negócio de jornais britânico foi envolvido em um escândalo de grampos telefônicos que os forçou a desistir da compra.

Um inquérito público sobre o caso revelou laços profundos entre Murdoch e o establishment político, o que tornou a nova oferta potencialmente tóxica para o governo da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que luta pela sobrevivência desde que perdeu sua maioria parlamentar.

Bradley pediu à agência reguladora para examine se a Fox teria controle demais sobre a mídia e se estaria empenhada em respeitar os padrões de transmissão se fosse autorizada a comprar a empresa de satélites que transmite no Reino Unido, na Irlanda, Alemanha, Áustria e Itália.

A Fox se disse decepcionada com a rejeição governamental de seus planos de manter a independência editorial da Sky News, e disse que uma investigação completa poderia adiar a finalização do acordo para junho próximo.

"Vamos continuar a trabalhar construtivamente com as autoridades britânicas", disse o canal.

(Por Paul Sandle e Kate Holton)