Conteúdo publicado há 2 meses

Cientistas detectam o buraco negro mais brilhante e 'faminto' já visto

Cientistas detectaram o que consideram ser o objeto mais luminoso e "voraz" já observado no Universo, com uma massa de 17 bilhões de vezes maior que a do Sol.

O que se sabe

O objeto mais luminoso já detectado é um quasar, o núcleo brilhante de uma galáxia alimentada por um buraco negro gigantesco, com cerca de 17 bilhões de vezes a massa do nosso Sol. Conhecido como J0529-4351, o poder e a grandiosidade do objeto foi confirmado em observações do VLT (Very Large Telescope), no Chile.

Os cientistas publicaram ontem (19) um artigo na revista científica Nature Astronomy, no qual dizem que o buraco negro tem um apetite voraz, consumindo a massa equivalente a um Sol diariamente. O objeto J0529-4351 já havia sido registrado em dados há muitos anos, mas só pôde ser observado e identificado recentemente.

O Observatório Europeu do Sul (OES) avistou o objeto em 1980, mas pensou-se que fosse uma estrela. Não foi identificado como um quasar até o ano passado. Observações feitas por telescópios na Austrália e no deserto do Atacama, no Chile, garantiram isso.

"É uma surpresa que ele tenha permanecido desconhecido até hoje, quando já conhecemos cerca de um milhão de quasares menos impressionantes. Ele tem estado literalmente à nossa frente até agora", disse Christopher Onken, um dos astrônomos da Universidade Nacional Australiana, que trabalha nas observações do VLT, à BBC.

O termo quasar é usado para descrever uma galáxia com um núcleo muito ativo e energético. O buraco negro no centro dessa galáxia está puxando matéria para si a uma velocidade impressionante, segundo os cientistas.

À medida que esse material é acelerado ao redor do buraco, ele se despedaça e emite uma enorme quantidade de luz, tanto que até mesmo um objeto tão distante como o J0529-4351 ainda é visível para nós.

A emissão desse quasar demorou 12 bilhões de anos para chegar aos detectores do VLT. Os cientistas dizem que a energia emitida torna o quasar 500 trilhões de vezes mais luminoso que o Sol.

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