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5 fatos para entender a polêmica de Musk após Twitter suspender jornalistas

Elon Musk, dono da Tesla, da SpaceX e do Twitter  - Hannibal Hanschke/Reuters
Elon Musk, dono da Tesla, da SpaceX e do Twitter Imagem: Hannibal Hanschke/Reuters

Simone Machado

Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)

16/12/2022 14h36Atualizada em 16/12/2022 14h39

Jornalistas independentes e de grandes veículos como The New York Times e The Washington Post tiveram seus perfis suspensos pelo Twitter na noite de quinta-feira (15). São profissionais que cobrem o mercado de tecnologia e/ou que já fizeram reportáveis críticas a Elon Musk, atual dono da plataforma.

O Twitter não deu muitas explicações sobre o caso e a decisão tem repercutido desde então. Entenda tudo o que rolou nos últimos dias no Twitter em cinco fatos.

1. Mudança de regras

Na quarta-feira (14), a rede social suspendeu mais de 25 contas que rastreavam aviões de agências governamentais, de bilionários e indivíduos de perfil destacado.

Um perfil que divulgava a localização do jato particular de Musk, a @ElonJet, entrou nessa leva de bloqueios. A conta foi criada por um estudante norte-americano e utiliza informações públicas para divulgar a localização da aeronave do bilionário — ela já havia conquistado 500 mil seguidores. O rapaz também foi suspenso do Twitter.

Pelas novas regras da rede social, a prática de doxxing - fornecer informações de localização pessoal sobre outra pessoa - fere suas políticas.

2. O bloqueio de jornalistas

A lista de jornalistas suspensos inclui:

  • repórteres do jornal The New York Times, da rede CNN e do Washington Post
  • Micha Lee, do The Intercept
  • Matt Binder, do Mashable
  • Aaron Rupar e Tony Webster, os jornalistas independentes

O argumento de Musk é que os jornalistas fizeram postagens sobre a sua localização em tempo real (o que eles negam). E isso colocou em risco a sua segurança.

"Contas envolvidas em doxxing recebem uma suspensão temporária de 7 dias", afirmou Musk ontem.

As proibições e bloqueios de Musk acenderam o alerta entre reguladores e políticos da União Europeia, que disseram que o Twitter terá que agir com cuidado quando novas regras sobre conteúdo digital e liberdade de expressão entrarem em vigor nos próximos meses.

"As notícias sobre a suspensão arbitrária de jornalistas no Twitter são preocupantes. Existem linhas vermelhas. E sanções, em breve", disse a vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, em um tuíte.

3. Rede social rival suspensa

Segundo a NBCNews, uma conta da rede social Mastodon, rival do Twitter, também foi suspensa, ontem. A plataforma ganhou força diante das polêmicas após a compra por Elon Musk.

Apesar de não se saber exatamente o motivo, a proibição aconteceu logo depois que o perfil tuitou um link para a página da Elon Jet na Mastodon.

Além do bloqueio, os usuários não conseguem mais mencionar nenhum link dessa plataforma nos tuítes: "Não podemos concluir esta solicitação porque este link foi identificado pelo Twitter ou por nossos parceiros como sendo potencialmente prejudicial", diz a mensagem de erro.

4. Twitter Spaces bloqueado

O serviço de áudio ao vivo do Twitter, o Twitter Spaces, parou de funcionar depois que vários jornalistas que haviam acabado de ser suspensos descobriram que ainda tinham acesso ao serviço.

Eles passaram a usá-lo para cobrar explicações sobre o bloqueio de suas contas.

A repórter do BuzzFeed News Katie Notopoulos entrou ao vivo para discutir o caso. Ela foi acompanhada por Drew Harwell e Matt Binder — todos bloqueados até o momento.

5. Musk questionado ao vivo

Musk apareceu na sessão do Spaces, após acumular milhares de ouvintes, para dizer que qualquer um que praticar o doxxing será suspenso.

Os jornalistas responderam que não haviam postado nenhum dado de voo em tempo real, como Musk afirmou. Nesse momento, o bilionário já havia saído da sala de bate-papo em áudio. O diálogo atraiu mais de 40 mil usuários.

Musk, disse, ainda na noite de ontem, que a empresa estava consertando um bug antigo e que o serviço de áudio voltará a funcionar em algumas horas.

*Com informações The Verge, Bloomberg e AFP