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Deepfake e shallowfake: especialista explica diferenças e como identificar

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/08/2022 19h39Atualizada em 18/08/2022 19h39

Na onda das fakes news que podem influenciar nas eleições de 2022, é importante saber diferenciar as maneiras e métodos que podem ser utilizados para a construção dessas notícias falsas. O roteirista e especialista em deepfake Bruno Sartori, destacou a diferença entre deepfake e shallowfake. Durante participação no UOL News de hoje ao lado de Diego Sarza e do colunista do UOL Kennedy Alencar, ele apontou as diferenças, sobretudo, na construção desses vídeos. O deepfake acaba precisando de uma tecnologia muito mais avançada do que o shallowfake.

Para Sartori, às vezes também pode ser um pouco difícil identificar um conteúdo falso, a depender do trabalho empenhado pelo profissional responsável por sua produção. "É um pouco difícil porque isso depende do profissional que criou esse tipo de conteúdo. É possível criá-lo com a facilidade de quem ninguém detecte que é manipulado, mas também há algumas que entregam, por exemplo o contexto", diz.

"Shallowfake é um termo que tem sido usado para designar esses vídeos que são tirados do contexto. Eles são edições simples e às vezes muito mal feitas também em que o vídeo é tirado do contexto, então essa é uma diferença. O shallowfake é o vídeo tirado de contexto e não precisa de tecnologia avançada para ser criado e o deepfake precisa de um hardware poderoso, uso de inteligência artificial e a partir dele se cria um conteúdo que não existia", explicou.

No caso do vídeo que mistura a voz da apresentadora do Jornal Nacional Renata Vasconcellos com os resultados de uma falsa pesquisa de intenção de votos, Sartori explicou que seu conteúdo realmente existe, mas foi tirado de contexto. "A voz é real, o vídeo é real, mas a forma que ele foi editado e tirado de posição no áudio faz com que ele pareça ser um vídeo real".

Veja o que mais rolou de mais interessante na opinião do especialista:

Sartori: 'Deepfakes estão em um contexto absurdo'

"Geralmente os vídeos deepfakes estão em um contexto absurdo. As pessoas têm aquela história contada para elas de uma forma irreal. Já o shallowfake também vem com essa ideia, como é esse vídeo, mas não apresentam grande tecnologia no seu desenvolvimento", explica.

"Esse conteúdo chega para o usuário com viés de confirmação, contando aquilo que o usuário que acreditar, então independente de estar desmentindo o conteúdo, ele já se espalhou durante o dia e fez muitas pessoas acreditarem nele", analisa sobre o impacto que os vídeos manipulados podem ter sobre as pessoas.

Sartori: 'Vão surgir deepfakes com candidatos falando coisas absurdas'

O especialista em deepfakes também fez um alerta de que é possível que durante todo o processo eleitoral surjam vídeos com conteúdo falso para atacar e descredibilizar os candidatos. "Vai ser assim durante todas as eleições e muito provavelmente vão surgir deepfakes de fato e ali sim com os candidatos falando coisas absurdas, confessando coisas absurdas e até se desmentir isso você já tem uma alteração da consciência da pessoa sobre aquele conteúdo". Ele ainda destacou que o impacto pode ser irreversível, mesmo que o conteúdo seja desmentido. "Muitas pessoas não vão ter acesso a essa informação de agora de que esse conteúdo foi manipulado, então para elas é aquilo e o estrago está feito, não tem mais o que fazer".

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