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Galáxia com 'olho' no centro é detecta pelo Hubble: 'Tentáculos de poeira'

Imagem da galáxia NGC 1097 feita pelo Telescópio Espacial Hubble - ESA/Hubble & Nasa
Imagem da galáxia NGC 1097 feita pelo Telescópio Espacial Hubble Imagem: ESA/Hubble & Nasa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/03/2022 11h20Atualizada em 17/03/2022 18h36

O Telescópio Espacial Hubble capturou uma imagem do centro de uma galáxia que impressiona por sua forma arredondada e luminosa, semelhante a um olho.

Batizada de NGC 1097, a galáxia espiral barrada entra na mesma categoria da Via Láctea, apesar de se encontrar a cerca de 48 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Fornax.

De acordo com um porta-voz da ESA (Agência Espacial Europeia, na sigla em inglês), que é parceira da Nasa no projeto do Hubble, o centro do NGC 1907 também se destaca pela sua riqueza de estrelas e suas camadas de poeira.

"Esta imagem revela a complexidade da teia de estrelas e poeira no centro de NGC 1097, com os longos tentáculos de poeira em um tom vermelho escuro", disse a agência, em um comunicado.

A imagem também destaca a capacidade do Hubble de ver em comprimentos de onda de luz visuais e infravermelhos , em vez de se limitar apenas à luz que um olho humano pode detectar.

Estas descobertas se deram graças a dois instrumentos acoplados ao telescópio, que trouxeram uma visualização de alta definição: a Wide Field Camera 3 e a Advanced Camera do Surveys. O primeiro é considerado o mais promissor na captura de imagens no espectro visível e foi instalado no Hubble durante a primeira missão do ônibus espacial STS-125 em 2009. Já o segundo conta com 20 anos de operação no espaço, instalado desde uma missão de manutenção do observatório em 2002.

Segundo os cientistas da ESA, as duas câmeras são otimizadas para um conjunto específico de comprimentos de onda. A captura da imagem da nova galáxia consistiu no uso de sete filtros diferentes nos instrumentos. Por isso, os detalhes são coloridos em comprimentos de onda visuais para divulgação pública.

Há estudos em andamento a respeito de outros fenômenos escondidos no NGC 1907, especialmente para medir o poder de seu buraco negro. Um levantamento feito pelos astrônomos em 2015 sobre os tipos de gases moleculares ao redor do NGC, por exemplo, contribuiu para novas descobertas a respeito do buraco negro, cuja massa foi definida em 140 milhões de sóis.

Já a Via Láctea tem o peso de "apenas" 4 milhões de sóis.

Em um ponto ainda mais distante no espaço, o recém-lançado Telescópio Espacial James Webb fará em breve observações próprias sobre galáxias, para aprender mais sobre sua estrutura e evolução.