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Asteroide que matou dinos pode ter vindo de cinturão entre Marte e Júpiter

Asteroide - Getty Images/iStock
Asteroide Imagem: Getty Images/iStock

Colaboração para TILT, em São Paulo

10/08/2021 10h37Atualizada em 10/08/2021 13h56

Astrônomos norte-americanos suspeitam ter descoberto a origem do asteroide que se chocou contra a Terra há cerca de 66 milhões de anos, causando uma série de eventos cataclísmicos que resultaram na extinção dos dinossauros. Segundo a pesquisa do Southwest Research Institute, a rocha espacial seria oriunda do cinturão entre Marte e Júpiter, um local mais próximo da Terra do que se imaginava antes.

As pesquisas para descobrir a origem na rocha se iniciaram desde a descoberta de sua cratera de impacto, em Chicxulub no Golfo do México. O objeto espacial, conforme informado pelo site Live Science, tinha 9,6 km de diâmetro, o que é considerado muito grande para um asteroide, mas relativamente pequeno para ser catalogado como um cometa.

Entretanto, apesar de ter dados para estudar a composição do meteoro, os cientistas se intrigaram com as possibilidades de sua origem.

"Duas questões críticas ainda sem resposta são: 'Qual foi a origem do objeto? E com que frequência esses eventos de impacto ocorreram na Terra no passado?", disse o Dr. William Bottke, pesquisador do Southwest Research Institute (SwRI).

Movidos por esses questionamentos, os pesquisadores analisaram os resíduos presentes na cratera mexicana, que forneceram a informação de que o objeto do impacto pertence à classe dos asteroides carbonáceos condritos. Isso, no entanto, complicou a pesquisa, pois há poucos registros de impacto de rochas similares com mais de 1 km de diâmetro, no Planeta Terra.

A equipe do SwRI decidiu encontrar uma possível origem para carbonáceos condritos no Espaço Sideral. "Decidimos procurar onde os irmãos do impactador Chicxulub podem estar escondidos", disse o Dr. David Nesvorný, autor principal do artigo.

Usando modelagem de computador, a equipe agora acredita que o asteroide se originou na metade externa do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, uma região que há muito se acreditava produzir poucos objetos com potencial de impacto na Terra.

Frequência maior que a esperada

Com o estudo, descobriu-se não só a possível origem do asteroide que dizimou os dinossauros, como também um dado um tanto quanto assustador: a frequência de impacto de asteroides oriundos deste cinturão na Terra é 10 vezes maior do que se pensava antes. Isso também implica que podem haver muitas rochas pesadas flutuando no Sistema Solar do que se imaginava anteriormente.

"Este resultado é intrigante não apenas porque a metade externa do cinturão de asteroides abriga um grande número de objetos de impacto de condritos carbonosos, mas também porque as simulações da equipe podem, pela primeira vez, replicar as órbitas de grandes asteroides prestes a se aproximar da Terra", disse a Dra. Simone Marchi, co-autora do estudo.

"Nossa explicação sobre a origem do impactador Chicxulub se encaixa perfeitamente com o que já sabemos sobre a evolução dos asteroides", afirmou a cientista, sem deixar de ressaltar que a pesquisa pode, futuramente, ajudar a mapear asteroides em rota de colisão com a Terra.