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Rocha pontiaguda incomum é descoberta na Lua; cientistas estão maravilhados

Imagem da rocha que foi observada à distância pelo Yutu-2  - CNSA
Imagem da rocha que foi observada à distância pelo Yutu-2 Imagem: CNSA

De Tilt, em São Paulo

16/02/2021 17h17

Uma rocha pontiaguda, bastante incomum, foi descoberta no lado oculto da Lua deixando cientistas da missão espacial chinesa Chang'e 4 "maravilhados". Segundo informações publicadas no Our Space, canal de divulgação científica da CNSA (Administração Espacial Nacional da China), o rover Yutu-2 encontrou a rocha alongada e que aponta para o alto no mês passado.

De acordo com os cientistas, a impressão é que ela foi colocada no local para marcar a localização, servindo como um "ponto de referência". Tudo aconteceu um dia antes do Yutu-2 hibernar — quando a noite lunar acontece e os raios solares não incidem na região. Nesse momento, o rover tem os seus sistemas desativados, mantendo ligado apenas o essencial para que possa ser reativado na manhã lunar seguinte. Cada dia na Lua dura aproximadamente duas semanas aqui na Terra, assim como as noites lunares.

Por isso, os cientistas precisaram esperar um tempo até iniciarem uma análise mais detalhada. Já foram feitas algumas imagens do objeto incomum e de rochas e crateras de impacto das redondezas, mas ainda não o suficiente para tirar conclusões mais concretas.

Após ficarem inativos durante a noite lunar, o módulo de pouso Chang'e 4 e o rover o Yutu-2 retomaram as suas atividades em 6 de fevereiro — no 27º dia lunar do outro lado da Lua.

Dan Moriarty, bolsista do programa de pós-doutorado da Nasa no Goddard Space Flight Center, disse ao site "Space.com" que a rocha pode ter se formado após eventos como impactos repetidos, tensões de ciclos térmicos e outras formas de intemperismo na superfície da Lua, que tendem a quebrar as rochas em formas mais ou menos esféricas.

Moriarty, que não participa da missão mas observou as imagens geradas pelos cientistas envolvidos, supõe que a origem da rocha pontiaguda possa ser de material ejetado de alguma cratera próxima. Clive Neal, especialista lunar da Universidade de Notre Dame, também acredita na hipótese, mas questiona a origem do material — se ele é local ou de fora da área.

O plano dos pesquisadores da missão é analisar a rocha com o instrumento VNIS (Visible and Near-infrared Imaging Spectrometer), que detecta a luz que é espalhada ou refletida em materiais para revelar sua composição. O aparelho já foi usado para investigar uma série de rochas e amostras de regolito (material de uma superfície rochosa, como poeira e pedrinhas) que cruzaram o caminho do Yutu-2 na cratera VonKarman, onde o Chang'e 4 pousou em 2019.