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Cometa "verde" com cauda enorme pode ser visto a olho nu nos próximos dias

Cometa Swan, em imagem divulgada pela agência espacial Nasa - Divulgação/Nasa
Cometa Swan, em imagem divulgada pela agência espacial Nasa Imagem: Divulgação/Nasa

Felipe Oliveira

Colaboração para Tilt

15/05/2020 12h42

Quem quiser observar o cometa "verde" Swan e sua cauda de mais de 17 milhões de quilômetros conseguirá fazer isso apenas ao olhar para o céu. De acordo com astrônomos, a bola de gelo está ficando cada vez mais brilhante ao se aproximar do Sol.

Descoberto em abril pelo astrônomo Michael Mattiazzo, da Áustralia, o objeto espacial recebeu esse nome porque foi observado com o Solar Wind Anisotropies (Swan), instrumento que faz parte do satélite de observação Soho, operado pela Nasa e pela Agência Espacial Europeia. O cometa já passou pela Terra e será melhor observado no hemisfério sul do planeta.

Apesar da possibilidade de ser visto a olho nu, quem quiser observar com mais clareza deve utilizar binóculos ou um pequeno telescópio.

Em entrevista ao portal da prefeitura de São Paulo, João Eduardo Fonseca, diretor dos planetários do parque do Ibirapuera e do Carmo, afirmou que o horário ideal de observação será no final da madrugada um pouco antes do nascer do Sol. "Para ver o Swan, é necessário estar em um local bem escuro, porque o astro tem pouca luminosidade em volta dele", afirmou.

De acordo com o jornal Daily Mail, atualmente o Swan está a aproximadamente 85 milhões de quilômetros de distância da Terra. Segundo os astrônomos, a bola de gelo e poeira com tonalidades verdes visita a parte interna do sistema solar uma vez a cada 11.597 anos.

Quanto mais matéria é ejetada do cometa, à medida que se aquece em direção ao Sol, mais luz solar reflete e mais visível ele fica a partir de nosso planeta. Ao chegar ao ponto mais próximo do sol, em 27 de maio, o Swan entra em uma "zona de perigo", já que nesse momento o aquecimento solar estará no máximo.

Como observar o cometa?

Atualmente, o cometa Swan está localizado na Constelação do Triângulo. Apesar das expectativas iniciais, o brilho do astro é um pouco mais fraco do que o esperado.

"Cometas atravessam o sistema solar e podem variar seu brilho de acordo com a distância à Terra e a interação com o Sol. O Sol aquece o material do cometa e o faz brilhar mais intensamente, mas é difícil prever como isso vai acontecer quando o cometa é detectado da primeira vez", explica Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Sociedade Astronômica Brasileira.

Por conta disso, observar o Swan requer um local mais escuro, o que os astrônomos consideram como um "céu bom". Assim, em cidades como São Paulo e Rio de janeiro, com uma forte poluição luminosa, fica mais difícil de observar o astro.

"Você precisa de um céu mais escuro, porque o cometa tem brilho comparável a estrelas fracas. Esses objetos são difíceis de observar em lugares com muita poluição luminosa", diz.

A proximidade do cometa com o Sol também pode dificultar sua observação a olho nu. Isso porque, para poder ver o cometa é necessário olhar para a direção do nascer do Sol.

"O cometa aparece no céu na direção leste, por volta das 5h da manhã, pouco antes do nascer do Sol. Então, ele está baixo no céu, próximo ao horizonte, e há pouco tempo para observá-lo antes do nascer do sol, já que o céu nesse momento fica claro demais para qualquer observação astronômica", finaliza.