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Toca aqui, humano! Pele artificial permite que robôs sintam o toque

O robô H-1 foi coberto com 13 mil sensores pelo corpo - Astrid Eckert / Universidade Técnica de Munique
O robô H-1 foi coberto com 13 mil sensores pelo corpo Imagem: Astrid Eckert / Universidade Técnica de Munique

Thiago Varella

Colaboração para Tilt

08/12/2019 04h00

Sem tempo, irmão

  • Cientistas trabalham em pele artificial que permitirá a robôs sentirem toques
  • Robô H-1 tem mais de 13 mil sensores, dos ombros até os dedos do pé
  • Um dos desafios é garantir que força dos robôs não machuque as pessoas

Os robôs já enxergam, escutam e estão cada vez mais perto de ganhar mais um sentido humano que ainda faz falta a eles. Cientistas estão trabalhando em uma pele artificial que permitirá aos robôs sentirem toques.

O professor Gordon Chang, na Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, é o líder da equipe que criou a pele artificial.

Para desenvolver a pele, Chang e seu time começaram estudando os humanos. Cada pessoa possui cerca de 5 milhões de receptores na pele que registram as sensações na superfície do corpo e mandam sinais para o cérebro.

Mas, o cérebro humano não consegue processar cada informação enviada por cada um dos receptores ao mesmo tempo. Por isso, o sistema nervoso prioriza as novas sensações.

Com base no corpo humano, os cientistas instalaram no robô H-1 —que tem o tamanho de uma pessoa— mais de 13 mil sensores, dos ombros até os dedos do pé. Eles conseguem detectar temperatura, aceleração, proximidade e pressão.

O próximo passo será produzir sensores ainda menores em massa. O alto custo de cada sensor e sua fragilidade é uma grande barreira para isso.

A sensação de toque nos robôs e em próteses é um dos grandes desafios da ciência. Um dos diferenciais da pele artificial da equipe de Chang é que, enquanto outros cientistas confiaram no poder computacional para processar sinais de todas as células artificiais de pele, as criadas pelo time de Munique só enviam sinais quando os sensores individuais são ativados. Dessa forma, o sistema não fica sobrecarregado com dados, assim como ocorre com os humanos.

Hoje os robôs são capazes de exercer forças que podem ferir seriamente um ser humano. Por isso, um dos grandes desafios de quem trabalha com essas máquinas é garantir que elas estejam cientes de seu entorno e que sejam capazes de circular entre as pessoas. O uso de uma pele artificial tem o objetivo de trazer essa segurança, além de abrir possibilidades para o uso dos robôs como cuidadores de pessoas e na área da saúde.

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