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O que Sérgio Moro poderia ter feito para evitar ataque no Telegram

Verificação em duas etapas do Telegram garantiria maior segurança ao celular de Sérgio Moro  - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Verificação em duas etapas do Telegram garantiria maior segurança ao celular de Sérgio Moro Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Bruno Madrid

do UOL, em São Paulo

27/07/2019 15h36

Resumo da notícia

  • O caso invasão ao Telegram do ministro Sérgio Moro ganha novos capítulos a cada dia
  • Problema poderia ter sido evitado se Moro tivesse ativado a "verificação em duas etapas" do Telegram
  • Ferramenta funciona como uma "camada adicional" de segurança que cria senha extra
  • UOL Tecnologia explicou o passo a passo para ativar a tecnologia no seu celular

A interceptação de mensagens no celular do ministro da Justiça Sérgio Moro, vítima de ataque hacker, está dando o que falar há semanas. Segundo a Polícia Federal, o Telegram do ex-juiz foi invadido por pessoas que conseguiram explorar fragilidades nos sistemas e expuseram conversas dele com procuradores da Lava Jato.

Na terça-feira (23), a operação Spoofing prendeu quatro suspeitos de invadir o smartphone do ministro, que diz não usar mais o Telegram. Um simples método, no entanto, poderia ter evitado todo esse problema: a verificação de identidade em duas etapas.

Diante de toda a polêmica envolvendo o ministro, o app resolveu agir: anunciou no Twitter que não vai mais permitir o recebimento de códigos por chamada se o usuário não tiver ativado a função. Uma espécie de "ultimato" em prol da segurança virtual.

O tuíte do mensageiro vai na contramão do que o próprio Moro publicou na mesma rede social na quinta-feira (25), ao citar que "não havia sistema de proteção hábil".

O que é essa verificação?

Muita gente não conhece o método de verificação em duas etapas (ou em dois fatores, como é mais conhecido) e acaba ficando vulnerável a ataques. Trata-se de uma espécie de camada de segurança adicional a apps, emails e outros serviços.

Com a função, fica mais difícil invadir a conta de alguém: mesmo "roubando" acesso ao SMS de autenticação e à linha telefônica, o hacker dificilmente terá acesso ao outro código fornecido e solicitado por apps que disponibilizam a ferramenta, já que uma outra senha - definida pelo dono da conta - é pedida.

Para ativá-la no Telegram, basta acessar o menu inicial, selecionar a opção Configurações -> Privacidade e Segurança -> Verificação em Duas Etapas. A partir daí, será preciso criar uma senha, confirmá-la e enviar um email para recuperação da conta.

Duas Etapas - Telegram - Reprodução - Reprodução
Após finalizar o processo copiando o código do email, uma mensagem como essa aparecerá
Imagem: Reprodução

"Uma vez habilitada, você precisará do código SMS e também da sua senha para entrar. Você também pode definir um email para recuperação, que ajudará você obter acesso novamente caso esqueça sua senha. Se você fizer isso, lembre-se de que é importante que o email de recuperação também seja protegido com uma senha forte e Verificação em Duas Etapas, quando possível", recomenda o Telegram em seu site oficial.

Como funciona o Telegram?

O Telegram é um app fundado por russos que foi muito lembrado pelos brasileiros como um substituto do WhatsApp na época em que o mensageiro favorito de todos ficou fora do ar em decisões judiciais em 2015 e 2016.

Ele é muito parecido com o WhatsApp, na verdade. Assim como no rival, é preciso que você forneça o número do seu telefone para começar a usá-lo pela primeira vez. O seu telefone funcionará como login, e a cada nova instalação ou nova autenticação no app, você recebe uma senha via SMS para ter acesso ao serviço.

De resto, o uso é quase o mesmo. Você pode criar conversas individuais com amigos, ou em grupos. Além do texto, pode enviar fotos, vídeos, GIFs e documentos.