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Não, os relógios não mudaram sozinhos para boicotar a eleição

Mensagem falsa no WhatsApp pede para eleitores votarem até 16h - UOL
Mensagem falsa no WhatsApp pede para eleitores votarem até 16h Imagem: UOL

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

24/10/2018 12h03

Nos últimos dias, os relógios de vários celulares e também de outros aparelhos mudaram sozinhos e passaram a funcionar 1 hora adiantados. A falha aconteceu por um ajuste incorreto dos sistemas para o horário de verão. Agora, uma falsa mensagem circula pelo WhatsApp pregando que o problema aconteceu para atrapalhar o segundo turno das eleições, que acontece neste domingo (28).

O boato, desmentido pelo UOL Confere, diz que as urnas estão programadas para funcionarem com o horário de verão e, por isso, só armazenariam os votos que feitos até as 16h -- e não 17h, horário de encerramento da votação. Caso você tenha recebido uma mensagem assim, não compartilhe.

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O texto da mensagem quer espalhar a ideia de que a falha foi criada intencionalmente para atrapalhar o segundo turno, mas o mudança no relógio aconteceu porque no ano passado o horário de verão começou no dia 15 de outubro e muitos sistemas, especialmente o da operadora TIM, reproduziram o ajuste automaticamente.

Nos outros casos, o ajuste automático aconteceu durante o fim de semana, na madrugada de sábado para domingo --a mudança nos relógios costuma ser feita no terceiro fim de semana de outubro, mas isso pode variar.

Até os relógios de rua e computadores foram atualizados incorretamente.

Neste ano, o horário de verão entra em vigor oficialmente no próximo dia 4 de novembro.

"A TIM informa que no dia de hoje (15/10) alguns modelos de smartphones tiveram o relógio adiantado erroneamente em uma hora por uma ocorrência de sistema. As ações corretivas já foram tomadas para a normalização do relógio. A TIM lamenta o ocorrido e pede desculpas aos seus clientes pelo inconveniente", explicou por meio de nota, enviada ao UOL Tecnologia

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E a urna eletrônica?

Sobre a urna eletrônica, saiba que nunca é ligada à internet

A segurança das urnas é colocada questão a cada período eleitoral. Todo mundo tem o direito de questionar, mas antes de acreditar em qualquer afirmação que a desqualifique, é preciso entender como ela funciona.

A chance de um cibercriminoso invadir o sistema por meio do equipamento é nula, exatamente por ele não ser conectada. O sistema também não é abalado por uma possível mudança automática do horário.

https://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/10/24/cansado-de-lotar-o-celular-com-as-fotos-do-whatsapp-veja-como-resolver.htm

Até hoje nenhuma falha envolvendo a manipulação de votos durante a eleição foi comprovada. Existem várias camadas de segurança existentes, e o equipamento e o sistema operacional passam ainda por testes públicos e qualquer pessoa pode acompanhar.

É impossível afirmar que um sistema eletrônico é 100% seguro, mas existem fatos que comprovam que a tecnologia da urna eletrônica foi desenvolvida para diminuir a chance de algo grave acontecer.

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Desconfie de mensagens alarmistas

Especialistas sempre aconselham algumas estratégias em caso do recebimento de mensagens alarmistas como a que está circulando:

  1. Desconfie de informações chamativas (com letras maiúsculas, pontos de exclamação, etc)
  2. Desconfie de "notícias emocionais". Ou seja, que causam repulsa, raiva, surpresa, alegria exageradamente.
  3. Se tiver algum link ou erro de português no texto, fique alerta. A chance de ser um boato é muito grande.
  4. Ficou na dúvida? Pegue as palavras-chave da mensagem que você leu e faça uma pesquisa com elas no buscador, como o Google. Se o assunto for mesmo verdade, a chance de ele aparecer nos resultados de busca em diferentes sites é bem maior.
  5. Questione quem encaminhou a mensagem. Pergunte para a pessoa de onde ela recebeu a informação e se ela pesquisou para ver se era verdade.

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