Mark Zuckerberg dá explicações ao Congresso dos EUA a partir de hoje
O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, participa nesta terça-feira (10) de uma audiência conjunta dos Comitês de Justiça e de Comércio do Senado dos Estados Unidos (EUA) para dar explicações sobre o uso indevido de dados de 87 milhões de perfis da rede social. É a primeira vez que ele fala publicamente frente a um órgão governamental sobre o caso.
A audiência "Facebook, Privacidade de Mídia Social e Uso e Abuso de Dados" está prevista para começar às 14h15 (15h15 no horário de Brasília) e deve durar duas horas. A transmissão sera feita ao vivo pela internet no site www.judiciary.senate.gov.
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Zuckerberg deve começar suas explicações assumindo a culpa e reforçando as mudanças já em andamento.
Segundo o jornal “New York Times”, os parlamentares não devem ficar restritos apenas ao uso de dados de usuários do Facebook pela empresa de marketing político Cambridge Analytica.
Eles ainda devem aproveitar a oportunidade para questionar Zuckerberg sobre a disseminação das chamadas “fake news” (notícias falsas) e sobre a interferência russa durante as eleições presidenciais de 2016 nos EUA.
Outro ponto a ser discutido gira em torno do reconhecimento ou não do Facebook como uma empresa de mídia, principalmente pelo fato de a plataforma atualmente concentrar um grande número de informações e notícias compartilhadas dentro dela.
Caso seja acordado que a empresa atua neste segmento, ela terá que passar por outras medidas regulatórias, lembra o jornal.
Amanhã tem mais
Na quarta-feira (11), Zuckerberg também prestará um depoimento com o mesmo objetivo para representantes da Comissão de Energia e Comércio da Câmara dos deputados. O horário previsto para a nova audiência será 10h da manhã (11h no horário de Brasília).
Nesta segunda, um documento com todos os argumentos que Zuckerberg utilizará em sua apresentação foi divulgado.
Nele, o fundador da rede social se mostra arrependido e assume certos erros de sua empresa. Além disso, ele ressalta que mudanças importantes foram feitas no Facebook depois que o escândalo estourou.
Relembre o caso
Em 2014, a empresa britânica Cambridge Analytica começou a usar indevidamente os resultados de testes de personalidade e curtidas no Facebook para traçar perfis de usuários.
Essas informações revelaram o perfil psicológico completo de 87 milhões de pessoas que estão na rede social, que passaram a receber propaganda eleitoral altamente personalizada. O Brasil está no meio, com 443.117 usuários atingidos.
A campanha presidencial dos EUA em 2016, que elegeu Donald Trump, e do Brexit, o plebiscito do ano passado que levou o Reino Unido a deixar a União Europeia, são alguns exemplos desta prática.
O escândalo explodiu em 17 de março, depois que um ex-funcionário da Cambridge Analytica, chamado Christopher Wylie, revelou que a consultoria pegava dados das pessoas que fizeram o teste e também de seus amigos, sem consentimento. Junto com o caso, veio aquele medo de como as redes sociais, especialmente o Facebook, podem usar dados sem que tenhamos controle (ou conhecimento). E de como o chamado big data virou poderosa arma política capaz de influenciar uma eleição.
Tentando contornar os problemas, o Facebook tornou sua política de dados mais clara. Em um comunicado publicado no dia 4 de abril, a empresa disponibilizou um espaço para que os usuários deem feedback sobre os Termos e Política de dados na rede social.
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