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Chega de bagunça: operadoras terão que organizar fios dos postes

Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Imagem: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/04/2018 15h41Atualizada em 10/04/2018 10h09

Sabe aquele emaranhado de fios tão comum em postes de grandes cidades, como São Paulo? Se depender de uma determinação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), essa visão incômoda tem data para acabar.

As duas agências notificaram as operadoras Claro, Oi, TIM e Vivo a regularizarem suas instalações em postes da AES Eletropaulo, que controla a distribuição de energia elétrica em municípios de São Paulo --e que inclusive já havia aberto um processo semelhante em 2016 contra essas mesmas empresas.

Cada uma das operadoras paga uma taxa de R$ 3,14 para cada ponto de fixação de cabos instalado nos postes. A determinação das agências reguladoras, feita na última sexta-feira (6), envolve 2.129 postes da AES Eletropaulo em cidades paulistas.

As operadoras de telefonia, TV a cabo e internet terão 90 dias para organizar a ocupação dos postes. Após esse prazo, a AES Eletropaulo poderá simplesmente retirar os cabos dessas empresas, de acordo com a Resolução Normativa nº 797 da Aneel, de 2017.

Caso chegue a esse ponto, é bastante provável que o serviço dessas operadoras seja afetado.

Uma solução seria enterrar a fiação, porém esse não é um trabalho simples: de acordo com a AES Eletropaulo, seriam necessários 33 anos e R$ 100 bilhões para essa intervenção.

Procuradas pelo UOL Tecnologia, as operadoras envolvidas responderam de formas diferentes. A Vivo disse que já executou o ordenamento da rede e que isso está em fase final de vistoria pela AES Eletropaulo. A empresa também salientou em seu comunicado que "há outros projetos de ordenamento da rede em andamento, em conjunto com a AES Eletropaulo e a Prefeitura de São Paulo".

A TIM afirmou que ainda aguarda a notificação da Anatel para avaliar as medidas cabíveis. A empresa, no entanto, afirma que já vinha "planejando o ordenamento da rede na cidade juntamente com a AES Eletropaulo e a Prefeitura de São Paulo".

A Oi disse que ainda está "avaliando a notificação citada" neste texto. Já a Claro afirma que "obedece a regulamentação do setor e segue padrões técnicos de segurança na operação de sua rede", mas que não foi notificada pela decisão da Aneel e da Anatel e, portanto, "não pode se pronunciar sobre o assunto".