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Cambridge ainda estaria com dados de usuários tirados do Facebook

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

29/03/2018 12h27

Que não vai ser fácil para o Facebook sair do escândalo político em que se meteu, todos nós já sabíamos. Uma das tarefas da rede social é fazer uma auditoria para saber se os dados pessoais de 50 milhões de usuários continuam nas mãos da Cambridge Analytica.

Segundo o "Channel 4", a consultoria inglesa ainda detém esses dados mesmo após os fatos recentes. O canal de TV conseguiu visualizar os dados de 136 mil usuários que estão atualmente nas mãos de "uma fonte da Cambridge Analytica". Ou seja, esses dados ainda estão por aí à solta, longe dos domínios de Mark Zuckerberg.

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Esses "dados derivados do Facebook" seriam de moradores do Colorado (EUA) e foram originalmente usados no teste de personalidade da Cambridge Analytica de 2013, que deu início ao problema.

No começo de 2014, a Cambridge firmou um acordo com o pesquisador Aleksandr Kogan, criador do teste. Passou a pagar para que pessoas fizessem o teste e achou uma mina de ouro: o aplicativo gravava os resultados de cada quiz e ainda coletava dados da conta do Facebook envolvida. Pior: também coletava dados dos amigos das pessoas que participavam do teste.

Eventualmente, 320 mil pessoas foram pagas de US$ 2 a US$ 5 para fazer os testes com a sua conta do Facebook. Como dados de amigos eram coletados, a Cambridge Analytica acabou roubando dados de 50 milhões de usuários da rede social. A empresa disse ao Facebook em 2015 que os dados haviam sido deletados, mas a verdade parece ser bem diferente.

Não está claro quantas pessoas ou grupos ainda têm acesso ao conteúdo. De acordo com o "Channel 4", os dados de perfis foram "repassados via sistemas de e-mail genéricos e não corporativos".

Entenda o caso

Em 2013, a consultoria britânica Cambridge Analytica supostamente usava dados pessoais coletados do Facebook para criar perfis psicológicos e gerar anúncios personalizados em campanhas políticas. O escândalo ganhou força após reportagens dos veículos "The New York Times", "The Guardian" e "Channel 4".

O fato provocou o movimento #DeleteFacebook, conclamando usuários a parar de usar a plataforma. As empresas do magnata Elon Musk, Tesla e SpaceX, saíram de lá, assim como a fundação Mozilla. O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, poderá testemunhar no Congresso dos EUA sobre isso, mas por ora, disse não ao Parlamento britânico

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