Game of Smartphones: empresas admitem que é difícil bater a Samsung
Imagem: Arte/UOL
Márcio Padrão
Do UOL, em São Paulo
09/03/2018 04h00
Com seu Galaxy S9 (e seu irmão maior, o S9+) reinando sozinho, a Samsung segue tranquila no topo do mercado de celulares, principalmente no segmento Android. É um cenário que se mostra cada vez mais desolador para a concorrência.
Pesquisa da consultoria IDC concluiu que a Samsung terminou 2017 com 21,6% do mercado mundial em celulares, seguida da arquirrival Apple com 14,7% e das três chinesas em ascensão: Huawei (10,4%), Oppo (7,6%) e Xiaomi (6,3%). No Brasil, a Samsung tem metade (50,1%) do bolo, disse ao UOL Renato Citrini, gerente de produto da empresa no país, citando dados da GfK.
Marcas de peso como Sony, LG e Motorola não tiveram suas fatias de mercado detalhadas no levantamento da IDC, mas certamente ficaram abaixo dos 6,3% da quinta colocada --elas sofreram perdas na área de celulares em seus últimos balanços fiscais, um cenário que vem se repetindo nos últimos anos.
Essa retração teve reflexo na MWC, a maior feira de celulares do mundo, que aconteceu semana passada em Barcelona. Tirando a Samsung, todas as outras marcas tiveram um desempenho pouco impactante em termos de lançamentos.
Sony Xperia XZ2 Compact
Imagem: Márcio Padrão/UOL
Tirando a Sony, que conseguiu repensar o Xperia XZ2, Nokia e LG trouxeram modelos premium que basicamente atualizaram modelos com menos de seis meses de vida: respectivamente o 8 Sirocco, que atualiza o 8; e um novo V30 chamado V30S Thinq.
A Asus tentou ousar com três modelos da nova família Zenfone 5, mas sofreu críticas por sua exagerada semelhança com o iPhone X.
Outras marcas, como Motorola, Google e as chinesas sequer trouxeram lançamentos em celular para a MWC. Em vez disso, estão deixando seus lançamentos arrasa-quarteirão para datas e eventos próprios, como faz a Apple. A Huawei já marcou para 27 de março a apresentação do celular premium P20, e a Motorola lança seus novos Moto Z geralmente no meio do ano, junto com o provável LG G7.
LG V30
Contra-ataque: foco no Brasil
As empresas rivais tem táticas diferente na batalha contra a Samsung. Algumas evitam mesmo o confronto direto e tentam "comer pelas beiradas", lançando produtos mais baratos, abaixo do premium, ou disputando mercados fora dos EUA e Europa. Motorola e Asus estão nesse time e, por isso mesmo, investem pesado no Brasil.
Nossa maior preocupação não é frear o avanço deles, mas crescer a marca e atender ao consumidor. Isso que traz o resultado. Somos estamos consolidados como número 2 na América Latina e com crescimento de 'share' no Brasil
Renata Altenfelder, diretora de marketing da Motorola no continente
"Queremos atacar, mas primeiro estamos atacando no lugar que faz mais sentido, que é intermediário e intermediário-premium", ressalta Marcel Campos, diretor global de marketing da Asus:
É muito difícil para a gente brigar com esses caras, que são gigantescos. Eles têm um orçamento monstruoso, vendem muito mais, mas mesmo assim a gente está lá para a briga
Zenfone 5 Lite ao lado do Zenfone 5
Imagem: Márcio Padrão/UOL Contra-ataque: foco no elemento-chave
Outras marcas, como Sony, LG e Huawei, buscam investir em tecnologias mais disruptivas para se destacar.
A Huawei, uma das poucas empresas de celulares em ascensão, promete ser a primeira com três câmeras traseiras no seu próximo grande celular, o P20.
Por meio de tecnologias de ponta, como inteligência artificial, 5G e recursos de câmera dupla, a Huawei atendeu às expectativas e as demandas do consumidor
David Hernan Moheno Garcia, diretor de relações públicas da empresa para a América Latina
Já a gigante japonesa colocou no Xperia XZ2 elementos como tela com HDR+ (que equilibra o contraste) e som com vibração dinâmica (vibra de acordo com a intensidade do som, como nos controles do Playstation).
Nossa vantagem é a força da marca e dos elementos-chave que temos
Diana Hernandez, gerente global de marketing de produtos da Sony Mobile.
"Além da nova tecnologia e inovações que trazemos, nossos produtos funcionam como um 'hub' dos recursos que desenvolvemos", disse ela.
Em 2016, a LG veio com o G5, primeiro celular de uma grande fabricante com conceito modular, mas que virou um fiasco de vendas.
Estamos investindo em recursos que agregam à vida dos nossos consumidores
Renato Cechetti, gerente de produto LG no Brasil
"Sabemos que a concorrência também vem investindo nisso, mas achamos saudável para deixar o mercado cada mais evoluído e avançado", explica ele.
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